A DIETA

DOS TEMPOS 

DE JESUS CRISTO

 







 

"Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, O Qual recebestes de Deus, e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo." (1Cor 6,19-20)

  

 

 

 

 

 

PREÂMBULO

 

 




Antes de tudo, urge registrar que o presente opúsculo não se pretende tratado sobre qualquer modalidade de alimentação. Tampouco tem a soberba pretensão de precisar a exata dieta quotidiana de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Seus Apóstolos e discípulos.

 


Em verdade, o presente escrito almeja somente — e tão somente — apontar, com base nas Sagradas Escrituras, alguns indícios os quais sugerem determinados tipos de hábitos nutricionais, a fim de que se possa tornar possível e mais facilitada a ponderação acerca dos costumes dietéticos do povo bíblico, sobretudo de Jesus Cristo.  

 


A ideia é suscitar uma reflexão acerca do que podemos aprender com tais práticas alimentares, de modo a inserir ao nosso quotidiano o melhor do que, a esse respeito, fizeram os mais notáveis proto-humanos (pré-diluvianos) — os primeiros eleitos de Deus e também os mais longevos de toda a história do Homem; o que comiam e bebiam o Povo da Primeira Aliança; e, sobretudo, Nosso Senhor, que por ser Deus é perfeito, puríssimo, incorruptível, inerrante e, por conseguinte, acertou em tudo, incluso o que tange o âmbito nutricional, tanto à matéria quanto à alma.

 





 

 

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A ESCOLHA DO LADO CERTO

 

 




Eu, por muitos anos, aderi a uma dieta restritiva, estritamente vegetariana. Todavia, ao aprofundar-me à Santa Tradição, à Teologia, à Fé, à genuína Ciência (em diversos campos do saber, incluso a nutracêutica), descobri que nada do que Deus fez para o consumo do Homem é mal e danoso a esse — desde que utilizado como manda o Criador, em meio a uma vida ordenada ao Altíssimo, com propósitos de santidade, pureza, acesso aos Sacramentos, exercício do Santo Rosário e orações, abstinência, jejum, parcimônia, temperança e sabedoria (inclusive à mesa).


 

A alimentação humana não pode ser concebida como um isolado ato, ainda que diário e intermitente. Ao contrário, deve ser experienciada como parte fundamental e integrante de um conjunto de ações que caracteriza seu autor.

 


É exagerada falácia a assertiva de que “somos o que comemos e bebemos”. Porém, é bem verdade que nossos costumes nutricionais revelam muito do que somos. 


 

Eu, desde o início de minha maturidade espiritual, sempre busquei harmonizar meus costumes dietéticos às minhas diretrizes metafísicas. E é assim que tem de ser: o Homem deve ordenar tudo, em sua vida, a Deus, de modo a louvá-Lo, adorá-Lo, amá-Lo, respeitá-Lo e a Ele exercitar gratidão em cada ato quotidiano, do mais simples ao mais complexo, tanto quanto lhe for possível fazê-lo.


 

O corpo que nossa alma habita não nos pertence; é, deveras, do Altíssimo; a nós foi confiado pela graça, a fim de que por ele zelemos com as devidas disposições, não conferindo-lhe maior importância do que ele tem e, outrossim, jamais desmerecendo seu indispensável papel em nossa existência.


 

Em posse dessa verdade, no que se refere à ciência da alimentação, passei a enveredar-me por diversos estudos robustos, alocuções de mentes brilhantes da medicina, aulas de talentosíssimos pesquisadores profissionais, palestras de médicos e nutricionistas de capacidade genial, documentários, publicações e afins.

 


Intrigantemente, percebi que todos esses doutos, que se pretendem excelsos no saber de seus respectivos âmbitos de atuação laboral, na verdade se contradizem em algum (ou em diversos) momentos, tanto em relação a si mesmos quanto acerca de seus pares.

 


Um traz dado estudo randomizado duplo-cego e efetivado com todo o máximo rigor da metodologia científica e ética científica; outro o rebate com determinada metanálise; tem quem desacredite ambos e apresente sua empiria quotidiana e observacional, tanto quantitativa quanto qualitativa; e o leigo, em meio a esse caos de teorias — advindas de quem deveria guiá-lo —, sente-se perdido.     

 


Quanto aos opúsculos científicos, metanálises, pesquisas e afins: quase tudo (senão tudo) que tem sido feito nas últimas décadas, em todos os âmbitos da Ciência, é apontado por robustos especialistas como demasiadamente enviesado, adulterado, fraudado, corrupto, encomendado, entremeado a interesses escusos dos autores e/ou dos que subsidiam tais pseudo-estudos e/ou dos supostos beneficiários a partir dos forjados resultados.




OBS.: o Sr. Prof. Dr. John Ioannidis é ilustre membro do corpo docente da cadeira de medicina na Universidade de Stanford — Stanford Prevention Research (LINK). Leciona Epidemiologia e Saúde Populacional e Estatística e Ciência de Dados Biomédicos. Considerado por seus pares como um dos mais respeitados pesquisadores de seu tempo, é também um dos pesquisadores mais citados nos últimos estudos científicos, também provavelmente por coordenar um artigo científico cujo título é "Por que a maioria dos resultados de pesquisa publicados são falsos” — publicado, em 2005 d.C. pela revista PLOS Medicine (LINK). No artigo o Dr. Ioannidis assevera que a maioria dos estudos dos últimos tempos são altamente manipulados e direcionados segundo o interesse dos seus realizadores e patrocinadores.

 


Escrevo essas palavras em março de 2022 d.C. Portanto, tomemos como exemplo de tal lamentável fato a atual crise sanitária mundial (que alguns chamam “pandemia”, outros “ataque biológico” e eu “Flagelo de Deus” — como ensina o Antigo Testamento).

 


Não entrarei nos meandros do tema, mas sugiro que se observe atentamente as entidades (públicas e privadas), que trabalham (consciente ou inconscientemente) para uma nova ordem mundial, cujas demoníacas agendas maçônicas, talmúdicas, protestantes, gnósticas, panteístas, ateias, modernistas e liberais já não são efetivadas à surdina, como outrora, mas explicitamente. Siga o dinheiro e os câmbios de poder. O mau sempre deixa seu rastro: no ar, o fétido odor; na água, o veneno; no chão, sangue e ruína; no corpo, a desvirtude; na alma, a condenação mortal. Pondera quem perde, quem ganha, os itinerários e os destinos finais e tire suas conclusões.   

 


Não se deve esquecer: o mundo jaz do maligno (1Jo 5,19), satanás é seu príncipe (Jo 14,30) e, miseravelmente, grande parte dos Homens faz do ouro e do prazer seu deus, tornando-se hedonistas, escravos do pai da mentira e de todos os perniciosos hábitos que ele engendra em suas vidas, sobretudo pelos pecados capitais. Assim, corrompe-se a humanidade. E, a partir daí, heresias, paganismos, infidelidades a Deus, guerras, genocídio e toda sorte de vãos e impudicos movimentos, como o gnosticismo, racionalismo, igualitarismo, comunismo, ambientalismo, abortismo, laicismo estatal, ideologia de gênero, redução populacional...  

     

 

Então, em posse desse esclarecimento, tomei a decisão de continuar meus estudos e ordenar cada vez mais minha vida a Deus, em todos os seus âmbitos, inclusive no concernente à nutrição, imitando o Bom Mestre tanto quanto me for concedida por Ele a graça de fazê-lo.


 

Pus de um lado todas as referências médicas que eu mais respeitava. Do outro coloquei Jesus Cristo, o Deus Vivo, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Criador do Mundo com o Pai e o Espírito Santo, o Todo Poderoso, puríssimo, perfeitíssimo e sabedor de todas as coisas. Concluí, por simples lógica: os maiores profissionais da área de saúde não passam de seres humanos, mortais, miseráveis, errantes, limitados e contraditórios. Opostamente a esses, há Deus, que é Deus, infalível e imutável. E se Ele veio ao mundo e comeu o que comeu, e bebeu o que bebeu, e fez o que fez, ora!: tomei minha decisão e, obviamente, foi Nele que optei por crer.

 


Escolhi, por conseguinte, o lado certo e da verdade. E corrobora-o as Sagradas Escrituras, a Santa Tradição e os mais sérios estudos científicos acerca do tema.

 





 

 

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A BUSCA PELA PROVÁVEL DIETA DE CRISTO

 



 


Quanto à provável dieta quotidiana de Jesus, há diversos livros e publicações. Tive acesso a algumas obras; outras, por meio de resumo; li também entrevistas de autores do tema. Em suma: não os recomendo, sem exceção, pois, de todos esses aos quais tive acesso direta ou indiretamente, nenhum restringiu-se somente ao universo da ciência alimentícia. Ao contrário, miseravelmente, enveredaram-se em mesclar nutrição a cunhos espirituais que não dominam e os erros teológicos foram terríveis e, desse modo, seus conteúdos são perigosos às almas mais incautas que porventura vierem a os contatar.

 


A quem busca a verdade sobre a vida de Nosso Senhor, inclusive alimentar, sugiro, antes de tudo, que se implore ao Deus Trino a graça da sabedoria e do discernimento; que se Lhe peça guiar. E que isso seja feito concomitantemente a uma vida católica ativa; com acesso aos Sacramentos; em constante busca pela santidade, pureza, castidade, modéstia, piedade e sapiência ordenada a Deus em todas as conjunturas. E, a partir daí, que se procure respostas na Santa Tradição e nas Sagradas Escrituras, e certamente as questões serão solucionadas.    

 


E, no intuito de auxiliar tal salutar jornada, no que tange a nutrição nos tempos do Messias, menciono nesse modesto livreto algumas passagens bíblicas, as quais citam determinadas conjunturas alimentares e que servem como referência para tal — bem como cito a dieta contemporânea a qual julgo, humildemente, ser a mais aproximada dos costumes nutreicos dos povos retratados nas Sagradas Escrituras (sobretudo de Nosso Senhor Jesus Cristo).

 


Quanto às citações, friso a grave questão das traduções das Sagradas Escrituras. A quem domina o latim, o melhor é ficar com a Bíblia Vulgata, de São Jerônimo, a cópia mais confiável e utilizada pela Santa Tradição desde que foi feita, pois a divergência de termos — e, não raras vezes, de frases inteiras — entre as outras, sobretudo as atuais, é enorme, para além dos muitíssimos erros gramaticais de pontuação.

 


O Missal Romano Tradicional (Santa Missa Tridentina), que é um livro, contém erros bizarros de tradução. Infelizmente, muito mais se encontra na Bíblia, que é a junção de 73 livros, traduzida, editada e publicada em tempos da maior crise pela qual já passara a Santa Igreja Católica, com a infiltração do modernismo em seu âmago, desde a mais baixa à mais alta hierarquia. 

 


Portanto, é provável que os números explicitados nesse livreto possam sofrer variação, a depender da versão das Sagradas Escrituras que se utiliza — obviamente, refiro-me às cópias católicas, já que as outras não devem sequer ser consideradas Bíblia, por se tratarem de conteúdo incompleto, adulterado e, ipso facto, instrumento do inimigo e não de Deus, haja vista que mentem, e a mais perigosa das mentiras é a que se pretende assemelhar-se à verdade. 




 


 

 

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AS FONTES DAS SAGRADAS ESCRITURAS

 

 




Alguns textos bíblicos são diretos e não deixam dúvida quanto ao consumo de determinados alimentos; outros não fazem menção explícita, mas denotam determinados costumes dietéticos.

 


Na Bíblia, a palavra mel é citada 60 vezes; leite, 65; queijo, 4; coalhada, 2; manteiga, 7; vaca, 35; novilho, 63; boi, 121; touro, 105; cabra, 38; cabrito, 38; bode, 82; ovelha, 215; carneiro, 155; cordeiro, 187; peixe, 64; ovo, 6; trigo, 134; cevada, 39; pão, 348; fava, 2; milho, 1; azeite, 42; amêndoa, 2; romã, 25; figo, 23; vinho, 253.

 


Tais menções provam que os povos antigos tinham como costume o consumo e a comercialização desses vegetais, animais e seus derivados — o que é corroborado tanto por diversos registros históricos de então quanto por publicações de pesquisadores atuais. Porém, atenção! É mister frisar que alguns alimentos de hoje são demasiado distintos dos consumidos no tempo de Jesus.

 


O pão atual, de trigo transgênico, tem 400% mais proteína (glúten) que o utilizado naquela época. Além disso, cada quilo contém cerca de 50g de magnésio somente, enquanto o de antigamente chegava a 500g, além de conter vitaminas E e do complexo B, devido às misturas de farinhas integrais (cevada, centeio, aveia...), oleaginosas, leguminosas, etc.

 


A maioria dos bovinos, hoje, produzem leite com proteína (beta-caseína) A1 ou A1A2, cuja toxicidade é alta, o oposto da A2A2. E, para além disso, o gado é sovado com ração advinda de milho e soja transgênicos (plantados com adubo de químicos temerários e regados a muitíssimo agrotóxico), somada aos hormônios de engorda, a fim de elevar o peso dos animais ao limite.

 


Quanto às vacas leiteiras, essas são ainda mais problemáticas, bombardeadas com antibióticos e inseminação artificial, para nunca deixarem de dar leite. Por isso, ao invés de viverem 20 anos, com esforço chegam aos 5. E passa para seu leite e derivados suas doenças, os remédios, os estrogênios, a suplementação hormonal e os grãos e capim advindos de transgenia.

 


E a mesma corrupção ocorre com as frutas transgênicas, usadas para a fabricação de vinhos, sucos e afins, bem como se dá às azeitonas, em relação ao azeite, e às verduras, legumes e assim por diante, lamentavelmente.

 


A indústria da alimentação é genocida, pusilânime e cruelmente capitalista. E o Governo a endossa, em contrapartida, inibindo a agricultura familiar e o agronegócio orgânico e sustentável.

 


São problemas que não existiam nos tempos de Jesus. Os animais eram saudáveis, viviam ao ar livre: peixes sem contaminação por mercúrio e outros metais pesados, quadrúpedes sem rações hormonais e vacinas antibióticas. Pastavam em relvas naturais, comiam diretamente do solo, que era rico em nutrientes, porque não conhecia agrotóxicos e transgênicos.

 


Consequentemente, itens como o leite e seus derivados, bem como a carne, eram de qualidade incomparável à qual conhecemos nos dias atuais — com raríssimas exceções, compostas pelas produções genuinamente orgânicas e integrais.

 


E, no que diz respeito à comparação direta com a dieta de Cristo, então o abismo fica ainda maior, com referência à contemporaneidade: possuía o costume do jejum e da oração constante; comedia a alimentação, cuja maioria era composta por vegetais; havia uso de derivados do leite de cabra, ovelha e vaca, certamente moderado (primeiro, porque é Deus, perfeito e sem pecado. Não caia em gula. Segundo, porque era economicamente pobre e só os ricos tinham fartura e grande variedade no cardápio); quanto às carnes, pequenas porções (principalmente peixe e, de quando em quando, cordeiro ou novilho); e, adiciona-se a isso a constante movimentação, pois caminhava demasiadamente.   

 


É notória a distinção de costumes daqueles tempos para os atuais. Não se tinha os avanços tecnológicos de hoje, é bem verdade. Mas a qualidade do ar, da alimentação, da água, da vida era incomensuravelmente maior. Portanto, fazer a dieta de Jesus e dos Apóstolos, nos dias de hoje, trata-se de enorme desafio. Impossível não é, mas requer muito esforço, busca por produtos naturais e disciplina.

 



 

 



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 AS ZONAS AZUIS

 

 




Há regiões no mundo que ainda buscam preservar ao máximo o estilo natural de vida de seus ancestrais, assemelhando-se, em diversas características, ao que faziam o Messias e os Seus.

 


Trata-se das BLUE ZONES (ZONAS AZUIS), regiões do mundo onde mais se têm centenários saudáveis.

 


Nelas os costumes culinários aproximam-se demasiadamente à dita “Dieta do Mediterrâneo”, a qual, por sua vez, trata-se — basicamente — da alimentação dos tempos de Nosso Senhor (com alguns adendos, devido às possibilidades e acessos a iguarias que antes eram raríssimas, por conta da logística).

 


Esses longevos e saudáveis povos se alimentam de orgânicos, comem muitos vegetais e grãos integrais, oleaginosas, azeite genuíno e vinho puro (de produção regional), cerca de uma a duas vezes por semana consomem uma modesta porção de peixe natural e com essa mesma prudência usam leite e queijo (geralmente A2A2, de cabra ou ovelha) — carne vermelha somente em ocasiões extraordinárias no ano.

 


O pão é usado com moderação e é de cevada ou trigo ou outro grão orgânico e integral, plantado e colhido na própria região.

 


Tudo (ou quase tudo) é muito fresco e regional. E daí a similaridade com o costume alimentar da época de Jesus.

 


Complemente tais hábitos com jejum intermitente, caminhada, fervoroso exercício da Fé e pronto! Estar-se-á, deveras, a comungar dos hábitos similares aos praticados pelo Bom Mestre, imitado por seus Apóstolos e passado adiante aos Bispos e fiéis católicos que os sucederam.  

 


Infortunadamente, boa parte dos Homens arrefeceu na Fé, nos bons costumes sociais e alimentares. Mas, em posse da Verdade, cabe a nós tomarmos nossas decisões e fazermos nossas próprias escolhas, independentemente da época na qual vivemos.

 

 




 


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ENSINA-NOS A BÍBLIA

 




 

“Deus disse: ‘eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a tudo o que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda erva verde por alimento.’ E assim se fez.” (Gn 1,29-30) 


"O Senhor apareceu a Abraão nos carvalhos de Mambré, quando ele estava assentado à entrada de sua tenda, no maior calor do dia. Abraão levantou os olhos e viu três homens de pé diante dele. Levantou-se no mesmo instante da entrada de sua tenda, foi-lhes ao encontro e prostrou-se por terra. ‘meu senhor — disse ele —, se encontrei graça diante de vossos olhos, não passeis avante sem vos deterdes em casa de vosso servo. Vou buscar um pouco de água para vos lavar os pés. Descansai um pouco sob esta árvore. Eu vos trarei um pouco de pão, e, assim, restaurareis as vossas forças para prosseguirdes o vosso caminho; porque é para isso que passastes perto de vosso servo.’ Eles responderam: ‘faze como disseste.’ Abraão foi depressa à tenda de Sara: ‘depressa!’ — Disse ele. — ‘Amassa três medidas de farinha e coze pães.’ Correu, em seguida, ao rebanho, escolheu um novilho tenro e bom, e deu-o a um criado que o preparou logo. Tomou manteiga e leite e serviu aos peregrinos, juntamente com o novilho preparado, conservando-se de pé junto deles, sob a árvore, enquanto comiam.” (Gn 18,1-8) 


"Um dia em que Jacó preparava um guisado, voltando Esaú fatigado do campo, disse-lhe: ‘deixa-me comer um pouco dessa coisa vermelha, porque estou muito cansado.’ (É por isso que puseram o nome a Esaú Edom.) Jacó respondeu-lhe: ‘vende-me primeiro o teu direito de primogenitura.’ ‘Morro de fome. Que me importa o meu direito de primogenitura?’ ‘Jura-mo, pois, agora mesmo’ — tornou Jacó. Esaú jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. Este deu-lhe pão e um prato de lentilhas. Esaú comeu, bebeu, depois se levantou e partiu. Foi assim que Esaú desprezou o seu direito de primogenitura." (Gn 25,34)


"O linho e a cevada foram destruídos, porque o centeio estava espigando e o linho estava em flor; o trigo, porém, e o centeio se salvaram, porque são tardios." (Ex 9,31-32)


"O Senhor disse a Moisés e a Aarão: ‘este mês será para vós o princípio dos meses: vós o tereis como o primeiro mês do ano. Dizei a toda a assembleia de Israel: no décimo dia deste mês cada um de vós tome um cordeiro por família, um cordeiro por casa. Se a família for pequena demais para um cordeiro, então o tomará em comum com seu vizinho mais próximo, segundo o número das pessoas, calculando-se o que cada um pode comer. O animal será sem defeito, macho, de um ano; podereis tomar tanto um cordeiro como um cabrito. E o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; então toda a assembleia de Israel o imolará no crepúsculo. Tomarão do seu sangue e o porão sobre as duas ombreiras e sobre a moldura da porta das casas em que o comerem. Naquela noite comerão a carne assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas. Nada comereis dele que seja cru, ou cozido, mas será assado no fogo, completamente, com a cabeça, as pernas e as entranhas. Nada deixareis dele até pela manhã; se sobrar alguma coisa, a queimareis no fogo. Eis a maneira como o comereis: tereis cingidos os vossos rins, vossas sandálias nos pés e vosso cajado na mão. Vós comereis apressadamente: é a Páscoa do Senhor. Naquela noite, passarei através do Egito e ferirei os primogênitos no Egito, tanto os dos Homens como os dos animais, e exercerei Minha justiça contra todos os deuses [demônios] do Egito. Eu sou o Senhor. O sangue sobre as casas em que habitais vos servirá de sinal (de proteção): vendo o sangue, passarei adiante, e não sereis atingidos pelo flagelo destruidor, quando eu ferir o Egito. Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o com uma festa em honra do Senhor: fareis isso de geração em geração, pois é uma instituição perpétua. Comereis pão sem fermento durante sete dias. Logo ao primeiro dia tirareis de vossas casas o fermento, pois todo o que comer pão fermentado, desde o primeiro dia até o sétimo, será cortado de Israel. No primeiro dia, assim como no sétimo, tereis uma santa assembleia. Durante esses dias não se fará trabalho algum, exceto a preparação da comida para todos. Guardareis (a festa) dos Ázimos, porque foi naquele dia que tirei do Egito vossos exércitos. Guardareis aquele dia de geração em geração: é uma instituição perpétua. No primeiro mês, desde a tarde do décimo quarto dia do mês até a tarde do vigésimo primeiro, comereis pães sem fermento. Durante sete dias não haverá fermento em vossas casas: se alguém comer pão fermentado, será cortado da assembleia de Israel, quer se trate de estrangeiro ou natural do país. Não comereis pão fermentado: em todas as vossas casas comereis ázimos.’" (Ex 12,1-20) 


"Se encontrares no caminho, sobre uma árvore ou na terra, um ninho de ave, e a mãe posta sobre os filhotes ou sobre os ovos, não a apanharás com os filhotes. Deixarás partir a mãe e só tomarás os filhotes. Desse modo, serás feliz e viverás longos anos." (Dt 22,6-7) 


"Estai atentos, ó, Céus, eu vou falar. E a Terra ouça as palavras de minha boca. Derrame-se como chuva a minha doutrina, espalhe-se como orvalho a minha palavra, como aguaceiro sobre os campos verdejantes, como chuvarada sobre a relva. Porque vou proclamar o nome do Senhor, dar glória ao nosso Deus! Ele é o Rochedo. Perfeita é a Sua obra. Justos, todos os Seus caminhos. É Deus de lealdade, não de iniquidade. Ele é justo. Ele é reto. Pecaram contra Ele. Já não são Seus filhos, mas raça degenerada, geração perversa, depravada. É assim que agradeceis ao Senhor, povo frívolo e insensato? Não é Ele teu Pai, teu Criador, que te fez e te estabeleceu? Lembra-te dos dias antigos, considera os anos das gerações passadas. Interroga teu pai e ele te contará; teus anciãos e eles te dirão. Quando o Altíssimo dividia os povos e dispersava os filhos dos Homens, fixou limites aos povos, segundo o número dos filhos de Deus. Entretanto, a parte do Senhor era o Seu povo; Jacó, a porção de Sua herança. Em terra deserta o encontrou, entre bramidos de regiões desoladas, e o cercou de cuidados e o acalentou, e o guardou como a menina dos olhos! Tal qual águia vigilante sobre o ninho, voando sobre os filhotes, Ele estendeu as asas e o tomou e o transportou sobre Sua plumagem. Só o Senhor foi o seu guia; nenhum outro deus estava com ele [pois só existe um Deus, que é trino]. Fê-lo galgar às alturas da terra, alimentou-o com os frutos do campo, deu-lhe a beber mel da rocha, óleo de pedra duríssima. A manteiga das vacas, o leite das ovelhas, a carne gorda dos cordeiros, dos carneiros de Basã e dos cabritos, com a fina flor do trigo. E bebeste como vinho puro o sangue das uvas. Todavia, Jesurun engordou e recalcitrou [rebelou-se]. Estás gordo, robusto, vigoroso! E abandonou Deus, que o criou, e desprezou o Rochedo de sua salvação." (Dt 32,1-15) 


“Um dia, disse Isaí ao seu filho Davi: toma para teus irmãos um efá de grão torrado e estes dez pães, e apressa-te a levá-los aos teus irmãos no acampamento. Entrega estes dez queijos ao chefe dos mil. Informa-te se teus irmãos vão bem e traze algo de sua parte como prova.” (1Sm 17,17-18) 


“Quando Davi chegou a Maanaim, Sobi, filho de Naas, de Raba dos amonitas, Maquir, filho de Amiel de Lodabar, e Berzelai, o galaadita, de Rogelim, vieram trazer-lhe camas, tapetes, copos e vasilhas, bem como trigo, cevada, farinha, grão torrado, favas, lentilhas, mel, manteiga, ovelhas e queijos de leite de vaca. Trouxeram tudo isso a Davi e às suas tropas, para que se alimentassem, dizendo: Estes homens sofreram certamente fome, fadiga e sede no deserto.” (2Sm 17,27-29) 


"Ele se manteve firme e bateu os filisteus até que sua mão se cansou e se crispou sobre a espada. O Senhor operou naquele dia uma grande vitória. Os soldados voltaram para onde estava Eleazar, mas somente para recolher os despojos. Depois dele, Hosama, filho de Ague, o ararita. Reuniram-se os filisteus em Lequi, onde havia um pedaço de terra plantado de lentilhas. Fugindo o exército diante dos filisteus, postou-se Sema no meio do campo, defendeu-o e derrotou os filisteus, operando assim o Senhor uma grande vitória." (2Sm 23,10-12) 


“Fez que sua criada levasse um odre de vinho, uma garrafa de óleo, grãos torrados, figos secos, pão e queijo, e partiu.” (Jud 10,5)


“Tuas mãos formaram-me e fizeram-me; mudando de ideia, me destruirás! Lembra-te de que me formaste como o barro; far-me-ás agora voltar à terra? Não me ordenhaste como leite e coalhaste como queijo?” (Jó 10,8-10) 


"Não mais verá correr os riachos de óleo, nem as torrentes de mel e de manteiga." (Jó 20,17) 


"Se tiveres a asneira de elevar-te a ti mesmo, refletindo nisso, depois, põe tua mão à boca, porque quem comprime o leite tira dele a manteiga, quem aperta o nariz faz jorrar o sangue, quem provoca a cólera promove a disputa." (Pr 30,32-33) 


“Isaías disse: ouvi, pois, casa de David: porventura não vos basta ser molestos aos Homens, senão que também ousais sê-lo ao meu Deus? Pois por isso o mesmo Senhor vos dará este sinal: eis que a Virgem concebeu e dá à luz um Filho, e o chama Emanuel. Ele comerá coalhada e mel, até que saiba rejeitar o mal e escolher o bem; porque, antes que o Menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra, cujos dois Reis tu temes, será devastada. O Senhor (por intervenção do Rei dos Assírios) fará vir sobre ti, sobre o teu povo e sobre a casa de teu pai, dias tais quais não foram vistos desde que Efraim se separou de Judá. Os Egípcios são comparados às moscas, e os Assírios, mais poderosos, a um enxame de abelhas. Acontecerá, naqueles dias, que o Senhor assobiará à mosca que está no extremo dos rios do Egito, e à abelha que está na terra da Assíria. Naquele dia, o Senhor, por meio duma navalha alugada na banda de além do rio (Eufrates), por intervenção do Rei dos Assírios, rapará a cabeça, o pelo das pernas e a barba toda. Acontecerá também naquele dia que um homem criará uma vaca e duas ovelhas, e, pela abundância do leite, sustentar-se-á de coalhada, porque todo aquele que tiver ficado no meio da terra comerá coalhada e mel.” (Is 7,13-22)


 

"Quando o Senhor tiver terminado a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, ele punirá a linguagem orgulhosa do rei da Assíria e seus olhares insolentes. Porque ele disse: ‘foi pela força de minha mão que eu agi, e pela minha destreza, porque sou hábil. Dilatei as fronteiras, saqueei os tesouros e lancei por terra aqueles que estavam no trono. Minha mão tomou como um ninho a riqueza dos povos. Assim como se recolhem os ovos abandonados, eu reuni a Terra inteira. Ninguém moveu a asa, nem abriu o bico, nem piou.’" (Is 10,12-14) 


“Tomarás trigo, cevada, favas, lentilhas, milho e aveia, que guardarás em um mesmo recipiente para fazeres o teu pão. É isso que comerás durante todo o tempo que estiveres deitado, ou seja, por trezentos e noventa dias." (Ez 4,9) 


"Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, que estava sentado no posto do pagamento das taxas. Disse-lhe: ‘segue-Me’. O homem levantou-se e O seguiu. Como Jesus estivesse à mesa, na casa desse homem, numerosos publicanos e pecadores vieram e sentaram-se com Ele e Seus discípulos. Vendo isso, os fariseus disseram aos discípulos: ‘por que come vosso Mestre com os publicanos e com os pecadores?’. Jesus, ouvindo isso, respondeu-lhes: ‘não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes. Ide e aprendei o que significam estas palavras: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício (Os 6,6). Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores’. Então, os discípulos de João, dirigindo-se a Ele, perguntaram: ‘por que jejuamos nós e os fariseus, e os Teus discípulos não?’. Jesus respondeu: ‘podem os amigos do Esposo 'estarem tristes', enquanto o Esposo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o Esposo. Então eles jejuarão’. Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. Não se coloca, tampouco, vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e, assim, tanto um como outro se conservam.'" (Mt 9,9-17)

 


"Atravessava Jesus os campos de trigo, em um dia de sábado. Seus discípulos, tendo fome, começaram a arrancar as espigas para comê-las. Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: ‘eis que Teus discípulos fazem o que é proibido no dia de sábado.’ Jesus respondeu-lhes: ‘não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome — ele e seus companheiros — como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição? Ora, nem a ele nem àqueles que o acompanhavam era permitido comer esses pães reservados só aos Sacerdotes. Não lestes na Lei que, nos dias de sábado, os Sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tornam culpados? Ora! Eu vos declaro que aqui está Quem é maior que o templo. Se compreendêsseis o sentido destas palavras: quero a misericórdia e não o sacrifício... não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado.’" (Mt 12,1-8)

 


“A essa notícia, Jesus partiu dali numa barca para se retirar a um lugar deserto, mas o povo soube e a multidão das cidades o seguiu a pé. Quando desembarcou, vendo Jesus essa numerosa multidão, moveu-Se de compaixão para ela e curou seus doentes. Caía a tarde. Agrupados em volta Dele, os discípulos disseram-Lhe: este lugar é deserto e a hora é avançada. Despede esta gente para que vá comprar víveres na aldeia. Jesus, porém, respondeu: não é necessário: dai-lhe vós mesmos de comer. Mas, disseram eles, nós não temos aqui mais que cinco pães e dois peixes. Trazei-mos, disse-lhes Ele. Mandou, então, a multidão assentar-se na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, elevando os olhos ao Céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus discípulos, que os distribuíram ao povo. Todos comeram e ficaram fartos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos cheios. Ora, os convivas foram aproximadamente cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças.” (Mt 14,13-21)

 


“Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘tomai e comei, isto é Meu Corpo’. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: ‘bebei dele todos, porque isto é Meu Sangue, o Sangue da Nova Aliança, derramado por muitos Homens em remissão dos pecados. Digo-vos: doravante não beberei mais desse Fruto da Vinha até o dia em que O beberei de novo convosco.’” (Mt 26,26-30)

  


"João andava vestido de pêlo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Ele pôs-se a proclamar: ‘depois de mim vem Outro mais poderoso do que eu, ante O Qual não sou digno de me prostrar para desatar-Lhe a correia do calçado. Eu vos batizei com água; Ele, porém, vos batizará no Espírito Santo.’" (Mc 1,6-8)

 


“Passando ao longo do mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse-lhes: ‘segui-Me; eu vos farei pescadores de Homens.’ Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-No. Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo. Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e O seguiram.” (Mc 1,16-20)

 


"Jesus saiu de novo para perto do mar e toda a multidão foi ter com Ele, e Ele os ensinava. Quando ia passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto da arrecadação e disse-lhe: ‘segue-Me.’ E Levi, levantando-se, seguiu-O. Em seguida, pôs-se à mesa na sua casa e muitos cobradores de impostos e pecadores tomaram lugar com Ele e Seus discípulos; com efeito, eram numerosos os que O seguiam. Os escribas, do partido dos fariseus, vendo-O comer com as pessoas de má vida e publicanos, diziam aos Seus discípulos: ‘Ele come com os publicanos e com gente de má vida?’ Ouvindo-os, Jesus replicou: ‘os sãos não precisam de médico, mas os enfermos; não vim chamar os justos, mas os pecadores.’ Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam. Por isso, foram Lhe perguntar: ‘por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os Teus discípulos não jejuam?’ Jesus respondeu-lhes: ‘podem, porventura, jejuar os convidados das núpcias, enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não lhes é possível jejuar. Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão. Ninguém prega retalho de pano novo em roupa velha; do contrário, o remendo arranca novo pedaço da veste usada e torna-se pior o rasgão. E ninguém põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho os arrebentará e se perderá juntamente com os odres; mas para vinho novo, odres novos.’ (Mt 12,1-8; Lc 6,1-5) Num dia de sábado, o Senhor caminhava pelos campos e Seus discípulos, andando, começaram a colher espigas. Os fariseus observaram-lhe: ‘vede! Por que fazem eles no sábado o que não é permitido?’ Jesus respondeu-lhes: ‘nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? Ele entrou na casa de Deus, sendo Abiatar príncipe dos Sacerdotes, e comeu os pães da proposição, dos quais só aos Sacerdotes era permitido comer, e os deu aos seus companheiros.’ E dizia-lhes: ‘o sábado foi feito para o Homem, e não o Homem para o sábado [Homem, aqui, é escrito com inicial maiúscula porque não se refere ao indivíduo masculino, mas à toda humanidade]; e, para dizer tudo, o Filho do Homem é senhor também do sábado.’ (Mt 12,9-21; Lc 6,6-11) [Homem, aqui, é escrito com inicial maiúscula porque se refere a Deus]” (Mc 2,13-28)


“Os apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-lhe tudo o que haviam feito e ensinado. Ele disse-lhes: vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que iam e vinham e nem tinham tempo para comer. Partiram na barca para um lugar solitário, à parte. Mas viram-nos partir. Por isso, muitos deles perceberam para onde iam, e de todas as cidades acorreram a pé para o lugar aonde se dirigiam, e chegaram primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se dela, porque era como ovelhas que não têm pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas. A hora já estava bem avançada quando se achegaram a Ele os Seus discípulos e disseram: este lugar é deserto, e já é tarde. Despede-os, para irem aos sítios e aldeias vizinhas a comprar algum alimento. Mas Ele respondeu-lhes: dai-lhes vós mesmos de comer. Replicaram-Lhe: iremos comprar duzentos denários de pão para dar-lhes de comer? Ele perguntou-lhes: quantos pães tendes? Ide ver. Depois de se terem informado, disseram: cinco, e dois peixes. Ordenou-lhes que mandassem todos sentar-se, em grupos, na relva verde. E assentaram-se em grupos de cem e de cinquenta. Então tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao Céu, abençoou-os, partiu-os e os deu a seus discípulos, para que lhos distribuíssem, e repartiu entre todos os dois peixes. Todos comeram e ficaram fartos. Recolheram do que sobrou doze cestos cheios de pedaços, e os restos dos peixes. Foram cinco mil os homens que haviam comido daqueles pães.” (Mc 6,30-44)


"No outro dia, ao saírem de Betânia, Jesus teve fome. Avistou, de longe, uma figueira coberta de folhas e foi ver se encontrava nela algum fruto." (Mc 11,12-13)


“Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lho, dizendo: ‘tomai, isto é o Meu Corpo’. Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lho, e todos dele beberam. E disse-lhes: ‘isto é o Meu Sangue, o Sangue da Aliança, que é derramado por muitos. Em verdade vos digo: já não beberei do Fruto da Videira até aquele dia em que O beberei de novo no Reino de Deus.’” (Mc 14,22-25)


“Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor Dele para ouvir a palavra de Deus. Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, — pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes —, subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo. Quando acabou de falar, disse a Simão: faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Simão respondeu-Lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas, por causa de Tua palavra, lançarei a rede. Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade que a rede se lhes rompia. Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo. Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: retira-Te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito. O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: não temas; doravante serás pescador de Homens. E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e O seguiram.” (Lc 5,1-11)

 


"Em dia de sábado, Jesus atravessava umas plantações; Seus discípulos iam colhendo espigas (de trigo), debulhavam-nas na mão e comiam. Alguns dos fariseus lhes diziam: ‘por que fazeis o que não é permitido no sábado?’ Jesus respondeu: ‘acaso não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome — ele e os seus companheiros —, como entrou na casa de Deus e tomou os pães da proposição e deles comeu e deu de comer aos seus companheiros, se bem que só aos Sacerdotes era permitido comê-los?’ E ajuntou: ‘o Filho do Homem é senhor também do sábado.’ (Mt 12,9-14 = Mc 3,1-6)” (Lc 6,1-5)

 


"A quem compararei os Homens desta geração? Com quem se assemelham? São semelhantes a meninos que, sentados na praça, falam uns com os outros, dizendo: tocamos a flauta e não dançastes; entoamos lamentações e não chorastes. Pois veio João Batista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: ele está possuído do demônio. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: eis um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e libertinos. Mas a sabedoria foi justificada por todos os Seus filhos’. Um fariseu convidou Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa. Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa, em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro, cheio de perfume; e, estando a Seus pés, por detrás Dele, começou a chorar. Pouco depois, suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume. Ao presenciar isso, o fariseu, que O tinha convidado, dizia consigo mesmo: ‘se este Homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que O toca, pois é pecadora’. Então, Jesus lhe disse: ‘Simão, tenho uma coisa a dizer-te’. — ‘Fala, Mestre’ — disse ele. ‘Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais?’ Simão respondeu: ‘a meu ver, aquele a quem ele mais perdoou’. Jesus replicou-lhe: ‘julgaste bem’. E voltando-se para a mulher, disse a Simão: ‘vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-Me os pés e enxugou-os com os seus cabelos. Não Me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-Me os pés. Não Me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-Me os pés. Por isso, te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama’. E disse a ela: ‘perdoados te são os pecados’. Os que estavam com Ele à mesa começaram a dizer, então: ‘quem é este Homem que até perdoa pecados?’ Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: ‘tua fé te salvou; vai em paz.’" (Lc 7,31-50)


“Os Apóstolos, ao voltarem, contaram a Jesus tudo o que haviam feito. Tomando-os Ele consigo à parte, dirigiu-Se a um lugar deserto para o lado de Betsaida. Logo que a multidão o soube, O foi seguindo; Jesus recebeu-os e falava-lhes do Reino de Deus. Restabelecia também a saúde dos doentes. Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-Lhe: despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto. Jesus replicou-lhes: dai-lhes vós mesmos de comer. Retrucaram eles: não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo. (Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus disse aos discípulos: mandai-os sentar, divididos em grupos de cinquenta. Assim o fizeram e todos se assentaram. Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao Céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a Seus discípulos, para que os servissem ao povo. E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.” (Lc 9,10-17)

 


“Não leveis bolsa nem mochila, nem calçado e a ninguém saudeis pelo caminho. Em toda casa em que entrardes, dizei primeiro: paz a esta casa! Se ali houver algum Homem pacífico, repousará sobre ele a vossa paz; mas, se não houver, ela tornará para vós. Permanecei na mesma casa, comei e bebei do que eles tiverem, pois o operário é digno do seu salário. Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que se vos servir.” (Lc 10,4-8)

 


"’E eu vos digo: pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e vos será aberta. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá. Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente? Ou se lhe pedir um ovo, lhe dará porventura um escorpião? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai Celestial dará o Espírito Santo aos que Lho pedirem.’" (Lc 11,9-13)


"Jesus entrou, em um sábado, em casa de um fariseu notável, para uma refeição..." (Lc 14,1)

 


"Disse também: ‘um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu pai: meu pai, dá-me a parte da herança que me toca. O pai, então, repartiu entre eles os haveres. Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se a serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos. Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Entrou, então, em si e refletiu: quantos empregados há na casa de meu pai, que têm pão em abundância... e eu, aqui, estou a morrer de fome! Vou me levantar e irei a meu pai, e lhe direi: meu pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, o abraçou e o beijou. O filho lhe disse, então: meu pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai falou aos servos: trazei-me, depressa, a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. Ele lhe explicou: voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo. Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele. Ele, então, respondeu ao pai: há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo! Explicou-lhe o pai: filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado.’" (Lc 15, 11-32)

 


"Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade. Havia aí um homem muito rico, chamado Zaqueu, chefe dos recebedores de impostos. Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era de baixa estatura. Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por ali. Chegando Jesus àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: ‘Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa.’ Ele desceu a toda a pressa e recebeu-O, alegremente. Vendo isso, todos murmuravam e diziam: ‘Ele vai hospedar-se em casa de um pecador...’ Zaqueu, entretanto, de pé, diante do Senhor, disse-Lhe: ‘Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém, restituirei o quádruplo.’ Disse-lhe Jesus: ‘hoje, entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão. Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.’ (Mt 25,14-30)" (Lc 19,1-10) [Zaqueu era muito rico. Pela graça santificante converteu-se e hospedou Jesus em sua casa. Assim sendo, e por sua abastada condição financeira, O tratou certamente como Deus que Ele é. Pressupõe-se, pois, requinte no pernoite e sobretudo na alimentação. Mais uma prova de que era variada a dieta do Bom Pastor, em situações extraordinárias. Obviamente, por ser judeu, não comia o que era proibido pela Lei Mosaica, mas as outras permissões mais raras, privilégio dos mais abonados, quando em oportunidades como a descrita nessa passagem, Ele consumia.]

  


“Raiou o dia dos pães sem fermento, em que se devia imolar a Páscoa. Jesus enviou Pedro e João, dizendo: ide e preparai-nos a ceia da Páscoa. (...) Chegada que foi a hora, Jesus pôs-se à mesa, e com ele os Apóstolos. Disse-lhes: ‘tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer. Pois vos digo: não tornarei a comê-La, até que Ela se cumpra no Reino de Deus’. Pegando o cálice, deu graças e disse: ‘tomai este cálice e distribuí-o entre vós, pois vos digo: já não tornarei a beber do Fruto da Videira, até que venha o Reino de Deus’. Tomou, em seguida, o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: ‘isto é o Meu Corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim’. Do mesmo modo, tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: ‘este cálice é a Nova Aliança em Meu Sangue, que é derramado por vós...’” (Lc 22,7-8; 15-20)

 


“No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: ‘por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como Ele vos disse, quando ainda estava na Galileia: o Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia.’ Então, elas se lembraram das palavras de Jesus. Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais. Eram elas: Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos Apóstolos a mesma coisa. Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera. (Mc 16,12-13) Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-Se deles e caminhava com eles. Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não O reconheceram. Perguntou-lhes, então: ‘de que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes?’ Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: ‘és Tu, acaso, o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias?’ Perguntou-lhes ele: ‘que foi?’ Disseram: ‘a respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo [aqui percebe-se a oscilação de fé dos discípulos em crer na Ressurreição de Cristo, tanto que não o chamam de Deus, mas de Profeta poderoso. Também tiveram dificuldades para crer os próprios Apóstolos. Tanto que somente creram após vê-Lo. Todavia, tudo isso mudo após, nessa mesma aparição, Jesus lhes ter aberto o espírito para compreenderem plenamente as Sagradas Escrituras. Por fim, mandou O Messias que ficassem em Jerusalém até receberem o Espírito Santo, o que ocorrera em Pentecostes. A partir daçi, estavam eles preparados, encorajados e santificados para os respectivos apostolados.]. Os nossos Sumos Sacerdotes e os nossos magistrados O entregaram para ser condenado à morte e O crucificaram. Nós esperávamos que fosse Ele quem haveria de restaurar Israel e agora, além de tudo isso, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; e, não tendo achado o Seu Corpo, voltaram dizendo que tiveram uma visão de Anjos, os quais asseguravam que está vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam-no assim como as mulheres tinham dito, mas a Ele mesmo não viram.’ Jesus lhes disse: ‘ó, gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na Sua glória?’ E, começando por Moisés, percorrendo todos os Profetas, explicava-lhes o que Dele se achava dito em todas as Escrituras. Aproximaram-se da aldeia para onde iam e Ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-No a parar: ‘fica conosco. Já é tarde e já declina o dia.’ Entrou, então, com eles. Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então, se lhes abriram os olhos e O reconheceram... mas Ele desapareceu. Diziam, então, um para o outro: ‘não se nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?’ Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. Todos diziam: ‘o Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão.’ Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão. (Jo 20,19-23) Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: a paz esteja convosco! Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. Mas Ele lhes disse: por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? Vede Minhas mãos e Meus pés! Sou Eu mesmo. Apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: tendes aqui alguma coisa para comer? Então, ofereceram-Lhe um pedaço de peixe assado. Ele tomou e comeu à vista deles. Depois, lhes disse: ‘isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.’ Abriu-lhes, então, o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: ‘assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. E que, em Seu nome, se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de tudo isso. Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai [o Espírito Santo; o Paráclito]; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto [o Espírito Santo; o Paráclito]’. Depois, os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. Enquanto os abençoava, separou-Se deles e foi arrebatado ao Céu. Depois de O terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo." (Lc 24,1-52)

  


"Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galileia, e achava-se ali a Mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os Seus discípulos. Como viesse a faltar vinho, a Mãe de Jesus disse-Lhe: ‘eles já não têm vinho’. Respondeu-Lhe Jesus: ‘mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou’. Disse, então, sua Mãe aos serventes: ‘fazei o que Ele vos disser’. Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas. Jesus ordena-lhes: ‘enchei as talhas de água’. Eles encheram-nas até em cima. ‘Tirai agora’ — disse-lhes Jesus — ‘e levai ao chefe dos serventes’. E levaram. Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo e disse-lhe: ‘é costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora’. Esse foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galileia. Manifestou a Sua glória, e os Seus discípulos creram Nele. Depois disso, desceu para Cafarnaum, com Sua Mãe, Seus irmãos e Seus discípulos; e ali só demoraram poucos dias. Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os negociantes de bois, ovelhas e pombas, e mesas dos trocadores de moedas. Fez ele um chicote de cordas, expulsou todos do templo, como também as ovelhas e os bois, espalhou pelo chão o dinheiro dos trocadores e derrubou as mesas. Disse aos que vendiam as pombas: ‘tirai isto daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de negociantes’. Lembraram-se, então, os seus discípulos do que está escrito: o zelo da tua casa me consome (Sl 68,10). Perguntaram-Lhe os judeus: ‘que sinal nos apresentas Tu, para procederes deste modo?’. Respondeu-lhes Jesus: ‘destruí vós este templo, e Eu o reerguerei em três dias’. Os judeus replicaram: ‘em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu hás de levantá-lo em três dias?!’ Mas Ele falava do templo do Seu Corpo. Depois que ressurgiu dos mortos, os Seus discípulos lembraram-se destas palavras e creram na Escritura e na Palavra de Jesus. Enquanto Jesus celebrava, em Jerusalém, a festa da Páscoa, muitos creram no Seu nome, à vista dos milagres que fazia. Mas Jesus mesmo não se fiava neles, porque os conhecia a todos. Ele não necessitava que alguém Lhe desse testemunho do Homem, pois ele bem sabia o que havia no Homem." (Jo 2)

 


"Chegou, pois, a uma localidade da Samaria, chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José. Ali havia o poço de Jacó. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: ‘dá-Me de beber’. (Pois os discípulos tinham ido à cidade comprar mantimentos.) Aquela samaritana lhe disse: ‘sendo Tu judeu, como pedes de beber a mim, que sou samaritana?!...’ (Pois os judeus não se comunicavam com os samaritanos.) Respondeu-lhe Jesus: ‘se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz ‘dá-me de beber’, certamente Lhe pedirias tu mesma e Ele te daria uma Água Viva’’. A mulher lhe replicou: ‘Senhor, não tens com que tirá-La, e o poço é fundo... donde tens, pois, essa Água Viva? És, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu e também os seus filhos e os seus rebanhos?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘todo aquele que beber desta Água tornará a ter sede, mas o que beber da Água que Eu lhe der jamais terá sede. Mas a Água que Eu lhe der virá a ser nele fonte de Água, que jorrará até a Vida Eterna’. A mulher suplicou: ‘Senhor, dá-me desta Água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-La!’. Disse-lhe Jesus: ‘vai, chama teu marido e volta cá’. A mulher respondeu: ‘não tenho marido.’ Disse Jesus: ‘tens razão em dizer que não tens marido. Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu. Nisso disseste a verdade’. — ‘Senhor’ — disse-Lhe a mulher —, ‘vejo que és profeta!... Nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar.’ Jesus respondeu: ‘mulher, acredita-Me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste monte nem em Jerusalém. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus [Jesus descende da tribo de Davi, pertencente ao Povo Escolhido]. Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-Lo em espírito e verdade’. Respondeu a mulher: ‘sei que deve vir o Messias (que se chama Cristo); quando, pois, vier, Ele nos fará conhecer todas as coisas’. Disse-lhe Jesus: ‘sou Eu, quem fala contigo’. Nisso Seus discípulos chegaram e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher. Ninguém, todavia, perguntou: ‘que perguntas?’ ou ‘que falas com ela?’ A mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: ‘vinde e vede um Homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria Ele, porventura, o Cristo?’. Eles saíram da cidade e vieram ter com Jesus. Entretanto, os discípulos Lhe pediam: ‘Mestre, come’. Mas Ele lhes disse: ‘tenho um alimento para comer que vós não conheceis’. Os discípulos perguntavam uns aos outros: ‘alguém Lhe teria trazido de comer?’. Disse-lhes Jesus: ‘Meu alimento é fazer a vontade Daquele que Me enviou e cumprir a Sua obra. Não dizeis vós que ainda há quatro meses e vem a colheita? Eis que vos digo: levantai os vossos olhos e vede os campos, porque já estão brancos para a ceifa. O que ceifa recebe o salário e ajunta fruto para a Vida Eterna; assim, o semeador e o ceifador juntamente se regozijarão. Porque eis que se pode dizer com toda a verdade: um é o que semeia, outro é o que ceifa. Enviei-vos a ceifar onde não tendes trabalhado; outros trabalharam, e vós entrastes nos seus trabalhos’. Muitos foram os samaritanos daquela cidade que creram nele por causa da palavra da mulher, que lhes declarara: ‘Ele me disse tudo quanto tenho feito’. Assim, quando os samaritanos foram ter com Ele, pediram que ficasse com eles. Ele permaneceu ali dois dias. Ainda muitos outros creram Nele por causa das Suas palavras. E diziam à mulher: ‘já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser Este verdadeiramente o Salvador do mundo.’" (Jo 4,5-42)

 

“Depois disso, atravessou Jesus o lago da Galileia (que é o de Tiberíades.) Seguia-O uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em benefício dos enfermos. Jesus subiu a um monte e ali Se sentou com Seus discípulos. Aproximava-se a Páscoa, festa dos judeus. Jesus levantou os olhos sobre aquela grande multidão que vinha ter com Ele e disse a Filipe: onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer? Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer. Filipe respondeu-lhe: duzentos denários de pão não lhes bastam para que cada um receba um pedaço. Um dos Seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes... mas que é isto para tanta gente? Disse Jesus: fazei-os assentar. Ora, havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil. Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam. Estando eles saciados, disse aos discípulos: recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. Eles os recolheram e, dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos.” (Jo 6,1-13)


“Depois disto, Jesus tornou a mostrar-Se aos Seus discípulos, junto do mar de Tiberíades. Mostrou-Se deste modo: estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e dois outros dos seus discípulos. Simão Pedro disse-lhes: ‘vou pescar.’ Responderam-lhe: ‘também nós vamos contigo.’ Partiram e entraram numa barca. Naquela noite nada apanharam. Chegada a manhã, Jesus apresentou-Se na praia; os discípulos, todavia, não conheceram que era Ele. Jesus disse-lhes: ‘ó, moços, tendes alguma coisa de comer?’ Responderam-lhe: ‘nada.’ Disse-lhes: ‘lançai a rede para o lado direito da barca, e encontrareis.’ Lançaram a rede, e não a podiam tirar, por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: ‘é o Senhor.’ Simão Pedro, ao ouvir dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu), e lançou-se à água. Os outros discípulos, que não estavam distantes de terra, senão duzentos côvados, foram na barca, tirando a rede cheia de peixes. Logo que saltaram em terra viram umas brasas acesas, peixe em cima delas, e pão. Jesus disse-lhes: ‘trazei dos peixes que agora apanhastes.’ Simão Pedro subiu à barca e tirou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes. E, sendo tantos, não se rompeu a rede. Jesus disse-lhes: ‘vinde jantar.’ Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: ‘quem és Tu?’, sabendo que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, e igualmente do peixe. Foi esta a terceira vez que Jesus se manifestou aos Seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos." (Jo 21,1-14)


“Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: isto é o Meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de Mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: este cálice é a Nova Aliança no Meu Sangue. Todas as vezes que O beberdes, fazei-o em memória de Mim.” (ICor 11,23-25)

 




 

 


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DEUS PROÍBE ALGUMA ALIMENTAÇÃO?

 

 




Há seitas protestantes que, em posse de bíblias falsas (com traduções errôneas e ausência de livros sagrados), asseveram haver respaldo nas Sagradas Escrituras para a restrição alimentar que sua falsa religião apregoa.

 


Eis mais uma prova de seu cunho demoníaco e charlatânico.

 


Não deter-me-ei, aqui, à refutação dos filhos do malfazejo Lutero, uma vez que o presente opúsculo tem por principal intento o aprofundamento aos prováveis costumes alimentares de Nosso Senhor e dos Seus. Todavia, por pertinência — já que este registro pondera acerca de nutrição na Bíblia, mais especificamente no que tange o Messias —, cabe, nesta conjuntura, calar as falácias acerca das falsas restrições dietéticas que tais inimigos de Cristo proliferam por meio de suas malditas doutrinas.

 


Inicio por citar algumas das passagens bíblicas que eles utilizam — fora de seu devidos respectivos contextos —, a fim de tentar convencer os mais néscios em teologia. Ei-las, portanto.

 


"Deus criou o Homem à Sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o Homem e a mulher. Deus os abençoou: ‘frutificai — disse Ele — e multiplicai-vos; enchei a Terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.’ Deus disse: ‘eis que Eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a Terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento. E a todos os animais da Terra, a todas as aves do céu, a tudo o que se arrasta sobre a Terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda a erva verde por alimento.’ E assim se fez." (Gn 1,27-30)

 


Deus nunca mandou que o Homem fosse vegetariano estrito, muito menos vegano. Ao contrário. Diz Ele, nessa passagem: “enchei a Terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” Dominar quer claramente dizer submeter, tomar para si, ser seu senhor. É o Criador misericordioso entregando aos seus filhos o mundo, a fim de que eles se sirvam dele — obviamente, de modo adequado.

 


Tomemos o camelo como exemplo: suportam andar sob o sol escaldante do deserto por dezenas de dias, sem comida e água. Conseguem carregar até meia tonelada de carga. Seu leite e carne são extremamente nutritivos. Seu excremento serve como combustível para fazer fogo. É um erro absurdo querer fazer crer que uma criação tão magnífica como essa foi feita por Deus apenas para enfeitar as regiões mais áridas do mundo e não para que os habitantes desses locais a utilizem para sua sobrevivência, travessias e trabalhos diversos. E o mesmo se aplica a todos os animais tidos como “de tração”. — o próprio Jesus Cristo, quando de seu ovacionado adentramento à Jerusalém, o fez montado em um pequeno burro.

 


O que não se pode é torturar os animais e matá-los sem necessidade; sem justo motivo. Isso sim é erro, por se atentar contra a criação do Altíssimo. Porém, utilizar com gratitude, amor, e temperança o que Ele criou exclusivamente para nós, para nossa subsistência, não é de modo algum pecado, senão um dever.

 


Por isso a referida citação bíblica, além de asseverar a criação dos animais, por Deus, a fim de que nós, Homens, os submetamos às nossas precisões, complementa — ao contrário do sentido excludente que querem a ela aplicar os protestantes — ao afirmar que, do mesmo modo, o fez quanto aos vegetais: “eis que Eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a Terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento.”

 


E, por fim, ainda citou, Nosso Senhor, a condição dos animais, acerca de sua alimentação: “E a todos os animais da Terra, a todas as aves do céu, a tudo o que se arrasta sobre a Terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda a erva verde por alimento.”

 


Indispensável registrar: a passagem deve ser lida e interpretada com a devida contextualização e em todo seu conjunto. Existem animais carnívoros. Não são predadores que “desobedecem” às Sagradas Escrituras. O que a passagem quis dizer é que o ser humano foi feito à imagem e semelhança de Deus e tem primazia sobre todas as outras criaturas que coabitam com ele sobre a face da Terra. Assim, por ordem hierárquica, o Homem domina todos os animais, vegetais e minerais. Os animais dominam outros animais e os vegetais e minerais. Os vegetais dominam outros vegetais e os minerais.     

 


Por isso é imprescindível submeter-se à Santa Igreja Católica, única capaz de interpretar as Sagradas Escrituras de forma fiel e ensiná-la aos Seus filhos, pois o faz por meio da intervenção e direcionamento do Espírito Santo, graça que as falsas religiões, por tal o serem, nunca tiveram, não têm e jamais terão.

 





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Há também, lamentavelmente, talmúdicos, protestantes e outras seitas que restringem sua dieta com base em errôneas interpretações da Bíblia — ou do que equivocadamente chamam de livros sagrados, mas que, na verdade, não o são.

 


Pretendem ser cridos como respeitadores das Sagradas Escrituras e, por meio de sofismas, citam versículos do Antigo Testamento, ignorando totalmente que há o Novo Testamento, o qual foi instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, justamente para substituir o anterior.


 

Isso é de Fé; é parte elementar e indispensável da Santa Doutrina; foi ensinado pelos Apóstolos, inclusive no primeiro Concílio da Santa Igreja, em Jerusalém, no qual foi ratificada a verdade já crida e apregoada pelos Doze: a Lei Mosaica é a Antiga Aliança, entregue pelo Criador ao povo escolhido, a fim de bem guiá-lo no aguardo do Messias, que é Deus com o Pai e o Espírito Santo e, por Sua autoridade, veio para instaurar a Nova Aliança, a Nova Lei, aos que o esperaram e Nele creram.    


 

O próprio Antigo Testamento ensina essa verdade. É ele o registro da preparação para a vinda de Jesus Cristo. E o disseram os seus profetas, oráculos do Senhor. Portanto, não há conflito e desarmonia. Não há exclusão, mas complemento. É simples: o Antigo Testamento dá lugar ao Novo Testamento. A Antiga Aliança preparou o Povo de Deus para a Nova Aliança.

 


A Bíblia é inequívoca, porque é toda Ela inspirada pelo Deus Trino. Obtenha a reta interpretação, por meio de Sua única e Santa Igreja, que é Católica e Apostólica, e terá segura fonte, jamais contaminada de erro ao pronunciar-se infalivelmente. E assim ensinara São Pedro, líder dos Apóstolos e primeiro Papa.

 


“Tenho por meu dever, enquanto estiver neste tabernáculo, de manter-vos vigilantes com minhas admoestações. Porque sei que em breve terei de deixá-lo, assim como nosso Senhor Jesus Cristo me fez conhecer. Mas cuidarei para que, ainda depois do meu falecimento, possais conservar sempre a lembrança dessas coisas. Na realidade, não é baseando-nos em hábeis fábulas imaginadas que nós vos temos feito conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas por termos visto a Sua majestade com nossos próprios olhos. Porque ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando do seio da glória magnífica lhe foi dirigida esta voz: ‘Este é o Meu Filho muito amado, em Quem tenho posto todo o Meu afeto’. Essa mesma voz que vinha do Céu nós a ouvimos, quando estávamos com Ele no monte santo. Assim, demos ainda maior crédito à palavra dos profetas, à qual fazeis bem em atender, como a uma lâmpada que brilha em um lugar tenebroso até que desponte o dia e a estrela da manhã se levante em vossos corações. Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus. Assim como houve entre o povo falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos doutores, que introduzirão disfarçadamente seitas perniciosas. Eles, renegando assim o Senhor que os resgatou, atrairão sobre si uma ruína repentina. Muitos os seguirão nas suas desordens e serão desse modo a causa de o caminho da verdade ser caluniado. Movidos por cobiça, eles vos hão de explorar por palavras cheias de astúcia. Há muito tempo a condenação os ameaça, e a sua ruína não dorme. Pois se Deus não poupou os Anjos que pecaram, mas os precipitou nos abismos tenebrosos do inferno, onde os reserva para o julgamento; se não poupou o mundo antigo, e só preservou oito pessoas, dentre as quais Noé, esse pregador da justiça, quando desencadeou o dilúvio sobre um mundo de ímpios; se condenou à destruição e reduziu a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, para servir de exemplo para os ímpios do porvir; se, enfim, livrou o justo Ló, revoltado com a vida dissoluta daquela gente perversa (esse justo, que habitava no meio deles, sentia, cada dia, atormentada sua alma virtuosa, pelo que via e ouvia dos seus procedimentos infames), é porque o Senhor sabe livrar das provações os Homens piedosos e reservar os ímpios para serem castigados no Dia do Juízo, principalmente aqueles que correm com desejos impuros atrás dos prazeres da carne e desprezam a autoridade. Audaciosos, arrogantes, não temem falar injuriosamente das glórias, embora os Anjos, superiores em força e poder, não pronunciem contra elas, aos olhos do Senhor, o julgamento injurioso. Mas estes, quais brutos destinados pela Lei Natural para a presa e para a perdição, injuriam o que ignoram, e, assim, da mesma forma perecerão. Esse será o salário de sua iniquidade. Encontram as suas delícias em se entregar em pleno dia às suas libertinagens. Homens pervertidos e imundos, sentem prazer em enganar, enquanto se banqueteiam convosco. Têm os olhos cheios de adultério e são insaciáveis no pecar. Seduzem pelos seus atrativos as almas inconstantes; têm o coração acostumado à cobiça; são filhos da maldição. Deixaram o caminho reto, para se extraviarem no caminho de Balaão, filho de Bosor, que amou o salário da iniquidade. Mas foi repreendido pela sua desobediência: um animal mudo, falando com voz humana, refreou a loucura do profeta. Estes são fontes sem água e nuvens agitadas por turbilhões, destinados à profundeza das trevas. Com palavras tão vãs quanto enganadoras, atraem pelas paixões carnais e pela devassidão aqueles que mal acabam de escapar dos Homens que vivem no erro. Prometem-lhes a liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, — pois o Homem é feito escravo daquele que o venceu. Com efeito, se aqueles que renunciaram às corrupções do mundo pelo conhecimento de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, nelas se deixam de novo enredar e vencer, seu último estado torna-se pior do que o primeiro. Melhor fora não terem conhecido o caminho da justiça do que, depois de tê-lo conhecido, tornarem atrás, abandonando a Lei Santa que lhes foi ensinada. Aconteceu-lhes o que diz com razão o provérbio: o cão voltou ao seu vômito (Pr 26,11); e: a porca lavada volta a revolver-se no lamaçal." (2Pd 1,13-21; 2)

 


Destarte, já nas próprias Sagradas Escrituras, muitas dúvidas quanto a Elas são resolucionadas, como se pôde verificar, acima. Agora, logo abaixo, em mais um exemplo, confirma tal fato o próprio Jesus Cristo, Deus com o Pai e o Espírito Santo, suma autoridade. E, seguindo-O, também o faz São Paulo. — textos magníficos, de santidade e elevadíssima clareza.

 





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Primeiramente, os trechos bíblicos que os inimigos de Jesus utilizam — fora de sua respectiva contextualização — para atacar o Novo Testamento, a Nova Aliança, a Nova Lei, a Santa Igreja de Cristo. E, em seguida, a sublime resposta de Nosso Senhor e do Apóstolo dos Gentios.

 


"Deus abençoou Noé e seus filhos: 'sede fecundos — disse-lhes Ele —, multiplicai-vos e enchei a Terra. Vós sereis objeto de temor e de espanto para todo animal da Terra, toda ave do céu, tudo o que se arrasta sobre o solo e todos os peixes do mar: eles vos são entregues nas mãos. Tudo o que se move e vive vos servirá de alimento; eu vos dou tudo isto, como vos dei a erva verde. Somente não comereis carne com a sua alma, com sangue. Eu pedirei conta de vosso sangue, por causa de vossas almas, a todo animal; e ao Homem (que matar) o seu irmão, pedirei conta da alma do Homem. Todo aquele que derramar o sangue humano terá seu próprio sangue derramado pelo Homem, porque Deus fez o Homem à Sua imagem. Sede, pois, fecundos e multiplicai-vos, e espalhai-vos sobre a Terra abundantemente.'” (Gn 9,1-7)

 


"O Senhor falou a Moisés e a Aarão, dizendo: dizei aos filhos de Israel: estes são os animais que deveis comer entre todos os animais da Terra. Dentre os quadrúpedes comereis todo o que tem a unha fendida, e rumina. Porém, todo o que rumina e tem unha mas não fendida, como o camelo e os outros, não o comereis, e contá-lo-eis entre os (animais) impuros. O coelho, que rumina, mas não tem a unha fendida, é impuro. Igualmente a lebre, que rumina mas não tem a unha fendida, e o porco, o qual tem a unha fendida, mas não rumina. Não comereis das carnes destes animais, nem tocareis os seus cadáveres, porque são impuros para vós. Eis os animais aquáticos dos quais é lícito comer: todos os que tem barbatanas e escamas, tanto no mar, como nos rios e nos lagos, comê-los-eis. Mas tudo o que se move e vive nas águas sem ter barbatanas nem escamas, será abominável para vós e execrando: não comereis as suas carnes, e evitareis (tocar) seus corpos mortos. Todos os animais aquáticos que não têm barbatanas nem escamas serão (para vós) impuros. Entre as aves são estas que não deveis comer, e devem ser evitadas: a águia, o grifo e a águia marinha, o milhano, o abutre com os da sua espécie, o corvo e todas as espécies semelhantes ao corvo, o avestruz, a coruja, a gaivota, o açor e tudo o que é da sua espécie, o mocho, o corvo marinho, o íbis, o cisne, o pelicano, o porfirião, a cegonha e o corvo marinho com os da sua espécie, a poupa e o morcego. Todo o volátil que anda sobre quatro patas será abominável para vós. Todo o animal volátil, porém, que assim anda sobre quatro patas, mas tem mais compridas as posteriores, com que salta sobre a terra, podeis comê-lo, e tal é o brugo na sua espécie, o ataco, o ofíómaco e o gafanhoto, cada um na sua espécie. Mas os insetos alados que têm somente quatro patas, serão execráveis para vós; todo o que tocar os seus corpos mortos, ficará contaminado e será impuro até à tarde; se for necessário que ele leve algum destes animais mortos, lavará as suas vestes e ficará imundo até ao pôr do sol. Todo o animal que tem unha, mas sem ser fendida, e que não rumina, será impuro; aquele que o tocar, ficará contaminado. De todos os animais quadrúpedes, aqueles que andam sobre a planta dos pés serão impuros; aquele que tocar os seus corpos mortos, ficará impuro até à tarde, e o que levar estes cadáveres, lavará as suas vestes e ficará impuro até à tarde. Todos estes (animais) são impuros para vós. Também entre os animais, que se movem sobre a Terra, se deverão reputar como impuros os seguintes: a doninha, o rato e o crocodilo, cada um segundo a sua espécie, o musaranho, o camaleão, a salamandra, o lagarto e a toupeira. Toldos estes animais são impuros. Aquele que tocar os seus corpos mortos, ficará impuro até à tarde. Tudo aquilo sobre que cair alguma coisa dos seus cadáveres, ficará contaminado, quer seja um vaso de pau ou uma veste ou uma pele ou um pano da Cilícia: qualquer instrumento que serve para fazer alguma obra, se lavará em água, e será impuro até à tarde, e deste modo será depois purificado. Mas o vaso de barro, dentro do qual cair alguma coisa destas, ficará contaminado, e por isso se deve quebrar. Todo o alimento que comerdes, se se derramar água (destes vasos contaminados) sobre ele, será impuro: todo o líquido que se bebe de qualquer vaso (contaminado), será impuro. Se alguma coisa destes animais mortos cair sobre um objeto, este ficará impuro; ou sejam fornos ou marmitas, deverão destruir-se; serão impuros. As fontes, porém, as cisternas e todos os depósitos de água serão puros. Aquele que tocar o corpo morto destes animais, ficará impuro. Se cair (alguma coisa desse corpo) sobre semente, não a tornará impura. Mas, se alguém derramar água sobre a semente, e esta depois for tocada por algum destes corpos mortos, imediatamente ficará contaminada. Se morrer algum daqueles animais, que vos é licito comer, aquele que tocar o seu cadáver, ficará impuro até à tarde o que contiver alguma coisa dele, ou tiver levado alguma porção, lavará as suas vestes e ficará impuro até à tarde. Tudo o que anda de rastos sobre a terra, será abominável, e não será usado como alimento. Não comereis nenhum daqueles animais rastejantes, quer se arrastem sobre o ventre quer se movam com quatro ou com muitas patas. Considerá-lo-eis coisa abominável. Não vos torneis abomináveis por todos estes animais rastejantes, nem toqueis alguma destas coisas, para não ficardes impuros. Eu sou o Senhor vosso Deus; sede santos, porque Eu sou santo; não vos mancheis com o toque de algum réptil que se arrasta sobre a Terra. Porque Eu sou o Senhor, que vos tirei da terra do Egito para ser o vosso Deus. Vós sereis santos, porque Eu sou santo. Esta é a lei sobre os quadrúpedes, as aves, e sobre todo o animal vivente, que se move na água, ou que anda de rastos pela terra, a fim de que vós conheçais a diferença entre o puro e o impuro, e saibais o que deveis comer e o que deveis rejeitar." (Lv 11)

 


"Com efeito és um povo consagrado ao Senhor teu Deus, e Ele te escolheu dentre todas as nações que há na Terra para seres o Seu povo particular. Não comais o que é impuro. Estes são os animais que deveis comer: o boi, a ovelha, a cabra, o veado, a corça, o gamo, a cabra montesa, o antílope, o búfalo, camelo pardal. Comereis de todo o animal que tem a unha fendida em duas partes, e que rumina. Não deveis, porém, comer dos que ruminam, mas não têm a unha fendida, com são o camelo, a lebre, o coelho; estes, porque ruminam e não têm a unha fendida, serão impuros para vós. O porco também será para vós impuro, porque embora tenha a unha fendida, não rumina; não comereis das suas carnes, nem tocareis nos seus cadáveres. De todos os animais que vivem nas águas, comereis estes: comei os que têm barbatanas e escamas, mas não comais daqueles que não têm barbatanas nem escamas, porque são impuros. Comei de todas as aves que são puras. Não comais das impuras, como são a águia, o grifo e o esmerilhão, o abutre e o milhano, nas suas diversas espécies, todo o gênero de corvos, o avestruz, a coruja, a gaivota, e o açor, nas suas diversas espécies, a cegonha, o cisne, o ibis, o mergulho, o porfirião, o bufo, a cegonha, o carádrio, nas suas diversas espécies, a poupa e o morcego. Tudo o que anda de rastos e tem asas será impuro e não se comerá. Comei de tudo o que é puro. Não comais de nenhum animal encontrado morto. Dá-o para que o coma, ou vende-o, ao peregrino que habita dentro das tuas portas, porque tu és o povo santo do Senhor teu Deus. Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe." (Dt 14,1-21) 


"Alguns fariseus e escribas de Jerusalém vieram um dia ter com Jesus e Lhe disseram: ‘por que transgridem Teus discípulos a tradição dos antigos? Nem mesmo lavam as mãos antes de comer’. Jesus respondeu-lhes: ‘e vós, por que violais os preceitos de Deus, por causa de vossa tradição? Deus disse: honra teu pai e tua mãe; aquele que amaldiçoar seu pai ou sua mãe será castigado de morte (Ex 20,12; 21,17). Mas vós dizeis: aquele que disser a seu pai ou à sua mãe: ‘aquilo com que eu vos poderia assistir já ofereci a Deus’, esse já não é obrigado a socorrer de outro modo a seus pais. Assim, por causa de vossa tradição, anulais a Palavra de Deus. Hipócritas! É bem de vós que fala o profeta Isaías: este povo somente me honra com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim. Vão é o culto que me prestam, porque ensinam preceitos que só vêm dos Homens!’. (Is 29,13) Depois, reuniu os assistentes e disse-lhes: ‘ouvi e compreendei. Não é aquilo que entra pela boca que mancha o Homem, mas aquilo que sai dele. Eis o que mancha o Homem’. Então, se aproximaram Dele Seus discípulos e disseram-Lhe: ‘sabes que os fariseus se escandalizaram com as palavras que ouviram?’. Jesus respondeu: ‘toda planta que meu Pai Celeste não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala’. Tomando então a palavra, Pedro disse: ‘explica-nos esta parábola’. Jesus respondeu: ‘sois também vós de tão pouca compreensão? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca vai ao ventre e depois é lançado num lugar secreto? Ao contrário, aquilo que sai da boca provém do coração, e é isso o que mancha o Homem. Porque é do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias. Eis o que mancha o Homem. Comer, porém, sem ter lavado as mãos, isso não mancha o Homem’." (Mt 15,1-20)

 


"Insisto: enquanto o herdeiro é menino, em nada difere de um servo, ainda que seja senhor de tudo, mas está debaixo dos tutores e curadores, até ao tempo determinado pelo pai; assim também nós, quando éramos meninos (isto é, sujeitos à Lei), éramos servos dos elementos do mundo. Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, feito da mulher, feito sob a Lei, a fim de que remisse aqueles que estavam sob a Lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, Deus mandou aos vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Abba, Pai! Portanto, já não és servo, mas filho; e, se és filho, também és herdeiro de Deus. (...) Dizei-me: vós, que quereis estar debaixo da Lei, não entendeis a Lei? Com efeito, está escrito que Abraão teve dois filhos: um da escrava e outro da (mulher) livre. Mas o da escrava nasceu segundo a carne, e o da livre, (nasceu) em virtude da promessa; tais coisas foram ditas por alegoria, porque estas duas mulheres são as duas Alianças. Uma, a do Monte Sinai, que gera para a escravidão; esta é (figurada em) Agar, porque o Sinai é um monte da Arábia, o qual corresponde à Jerusalém atual (isto é, a Sinagoga) a qual é escrava com seus filhos. Mas aquela Jerusalém, que é de cima, (isto é, a Igreja de Jesus, figurada em Sara) é livre e é nossa Mãe. Porque está escrito: alegra-te, ó estéril, que não dás à luz; exulta e clama de alegria, tu que não estás de parto; porque são muitos mais os filhos da abandonada (como estéril), que daquela que tem marido (Is 54, 1). E vós, irmãos, sois filhos da promessa, como Isaac. Mas, assim como então aquele que tinha nascido segundo a carne perseguia o nascido segundo o espírito, assim (acontece) também agora. Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e o seu filho, porque o filho da escrava não será herdeiro com o filho da livre (Gn 21, 10). Por isso, irmãos, não somos filhos da escrava, mas da livre. Foi para gozarmos desta liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei firmes e não vos deixeis prender de novo ao jugo da escravidão (da Lei Antiga)." (Gl 4-5)

 


"Tudo sofro para que os seus corações sejam reconfortados e que, estreitamente unidos pela caridade, sejam enriquecidos de uma plenitude de inteligência, para conhecerem o Mistério de Deus, isto é, Cristo, no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. Digo-vos isso para que ninguém vos engane com discursos sedutores. (...) Estai de sobreaviso, para que ninguém vos engane com filosofias e vãos sofismas, baseados nas tradições humanas, nos rudimentos do mundo, em vez de se apoiar em Cristo. [Aqui, São Paulo não se refere especificamente à Lei Mosaica, já que ela foi dada ao Povo Escolhido por Deus e não adveio de mão humana. Refere-se ele às regras inventadas pelos próprios Homens ou mesmo à deturpação e descontextualização da Antiga Lei, substituída pela Nova Lei, imposta por Cristo.] Ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida,... (...) Se em Cristo estais mortos aos princípios deste mundo, por que ainda vos deixais impor proibições, como se vivêsseis no mundo? (...) ‘Não pegues! Não proves! Não toques!’; proibições estas que se tornam perniciosas pelo uso que delas se faz, e que não passam de normas e doutrinas humanas. [Aqui, novamente, o Apóstolo assevera que o problema não é a Antiga Lei, mas o mau uso Dela, haja vista que foi feita para a Antiga Aliança e não deve ser usada no tempo da Nova Aliança. Esse uso descontextualizado é indevido e torna tal prática mera doutrinação humana.] Elas podem, sem dúvida, dar a impressão de sabedoria — enquanto exibem culto voluntário —, de humildade e austeridade corporal. Mas não têm nenhum valor real, e só servem para satisfazer a carne." (Cl 2)

 

 





 

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CONCLUSÃO



 

Jesus era judeu e, por conseguinte, seguia uma dieta judia. Todavia, é Ele também Deus com o Pai e o Espírito Santo; é o Messias, que veio ao mundo para, entre outras sacratíssimas incumbências, substituir a Antiga Aliança (Antigo Testamento) pela Nova Aliança (Novo Testamento). E isso significa romper com a Antiga Lei (Lei de Moisés, entregue a ele pelo Criador), de modo a ser Cristo, o próprio Deus Vivo, — pessoalmente e não por meio de Seus profetas —, a revogar as velhas regras e confirmar a definitiva (instituição de Sua Santa Igreja Católica), na plenitude dos tempos, mandamentos esses os quais abrangem renovação de muitos temas, entre eles a alimentação. E os próprios Apóstolos dão testemunho de tal fato, como extensamente exposto nas citações supracitadas, extraídas das Sagradas Escrituras, muitas delas com aspas para o próprio Bom Mestre. 

 


Destarte, aprendamos com o Príncipe da Paz a santidade em cada ato, o amor, a sabedoria, a temperança, a caridade, a disciplina, a oração, o jejum, a glorificar e adorar a Deus em cada ação, da mais simplória à mais grave. E, assim também, observemos o exemplo de Seus Apóstolos, primeiros imitadores de Cristo, de modo que, em posse de incomensuráveis lições de Vida Eterna, possamos ordenar nossa jornada terrena ao Deus Trino, no comer, no beber, no pensar, no falar, no calar, no fazer e no abster.

 


Por fim, refriso: o que Jesus e os Seus comiam era, basicamente, o que comiam os judeus de Seu tempo:

 


1 - Na base da pirâmide alimentar, muitos vegetais — grãos e seus derivados (pães com trigo, cevada, centeio e aveia, por exemplo), leguminosas (feijões, grão-de-bico, lentilha), oleaginosas (amêndoas, azeite, etc.), frutas (uva, romã, figo, etc.);

 


2 - No meio da pirâmide alimentar, mel, leite e derivados (também de vaca, mas principalmente de cabra e ovelha — todos A2A2), moderadamente;

 


3 - No topo da pirâmide alimentar, pouca carne — geralmente peixe e, de quando em quando, cabra, ovelha ou alguma espécie de ave (e certamente seus ovos, mas isso não se pode precisar, nem a frequência e quantidade do consumo), e raramente gado, porque era a mais cara das proteínas, usada em ocasiões especiais por alguns que podiam pagar por ela.  

 





OBS.: urge ressaltar o que no início desse registro foi já reforçado: os alimentos da época de Cristo eram orgânicos, sem transgenia e contaminação por metais pesados, agrotóxicos, hormônios, remédios ou qualquer tipo de elemento estranho a ele e danoso ao ser humano. Os animais eram criados e alimentados de modo livre e jamais confinados e submetidos a situação degradante e de altíssimo estresse, como ocorre nos matadouros modernos, o que altera a parte hormonal e fisiológica dos bichos, de modo a tais problemas afetarem negativamente os produtos advindos deles, o que é cientificamente comprovado. As plantações eram limpas e usava-se de alternativas naturais para o combate às pragas de então.

 


OBS.: obviamente, é o que de melhor se pode buscar, no que concerne à alimentação, em qualquer tempo da história do Homem. Atrele a isso a Fé como o elemento basilar da vida — tanto espiritual quanto material —, o acesso aos Sacramentos, o exercício do Santo Rosário e das orações, o jejum... E, quanto ao jejum: é ponto pacífico entre os maiores médicos, cientistas e especialistas em alimentação que tal prática, sobretudo ao abarcar noite e manhã, é um potente meio de fortalecimento do sistema imunológico, limpeza e desintoxicação do organismo e instrumento de mantimento da alta qualidade de vida fisiológica, mostrando que comer menos gera mais saúde — e, mais uma vez, as práticas da única e verdadeira Fé são ratificadas pela Ciência genuína)... E, por fim: em tudo o que fizer, o faça em ordem a glorificar, tanto quanto possível, a Deus. Faça a sua parte até onde seu braço alcançar; a partir daí é parte Dele erguer-te ao que se almeja ou aproximá-lo de ti, se o melhor for à salvação de vossa alma; e, assim sendo, indubitavelmente Ele o fará, porquanto, diferente do Homem, Deus é fiel.

 



Ainda sobre o jejum, São Roberto Belarmino [1542 d.C. - 1621 d.C.], Doutor da Igreja, em seu excelente livro "A arte de bem morrer" — no qual ratifica o ensinamento católico de como alcançar o Céu —, explana de modo brilhante a matéria e, para tanto, dedica exclusivamente nada menos que dois capítulos a esse tema, tamanha sua relevância.


É mais uma prova de que a genuína Ciência sempre testifica a única e verdadeira Fé, e jamais A contrapõe, porquanto, seria ilógico as Leis que regem a natureza da criatura contradizerem Aquele que lha empresta Sua imagem e semelhança: seu próprio Criador.


Deus é a absoluta perfeição e sabedoria, de modo que Nele inexiste erro e contradição. Tal fato obriga o Homem, em respeito à lógica e à razão, a crer que tudo, absolutamente tudo, tudo o que Jesus fez e ensinou deve ser imitado, porque infalivelmente é salutar a corpo, alma, sentidos, mente e coração. E os benefícios do jejum, que nos últimos tempos a Ciência acertadamente enaltece, não é novidade para a Santa Igreja de Cristo, que sempre praticou e recomendou. 


Reitere-se: as Leis da Natureza foram criadas por Deus. Por conseguinte, todas elas ordenam-se a Ele e suas implicações O testificam. 




"De acordo com a ordem dada pelo Anjo, falaremos agora brevemente sobre o jejum. Omitindo muitas das questões teológicas, limitar-nos-emos apenas ao nosso assunto. Nossa intenção é explicar a arte de bem viver, pois isso nos preparará para bem morrer. Para essa arte, três coisas parecem suficientes, das quais falamos acima sobre a oração: sua necessidade, seu fruto e o método adequado.

A necessidade do jejum é dupla, derivada da Lei Divina e Humana. Da Divina nos fala o Profeta Joel: 'por isso, agora ainda — Oráculo do Senhor —, voltai a Mim de todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos de luto.' (Jl 2,12) A mesma linguagem usa o Profeta Jonas, que testemunha que os ninivitas, para apaziguar a ira de Deus, proclamaram um jejum vestidos de saco; e, no entanto, na época não havia nada dito sobre jejum na Lei. O mesmo pode ser aprendido com as palavras de Nosso Senhor, em São Mateus: 'mas tu, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, para que não pareça aos Homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te retribuirá.' (Mt 6,17-18)

Podemos acrescentar as palavras de um dos Santos Padres, Santo Agostinho, que fala: 'nos Evangelhos e Epístolas, ao longo de todo Novo Testamento, eu vejo o jejum como um preceito. Mas, em certos dias, nos é dito para não jejuarmos; e os dias em que devemos jejuar não está definido pelo Senhor ou Apóstolos.' São Leão (Papa Leão I) diz em seu sermão sobre o jejum: 'aquilo que era figura das coisas futuras foram deixadas, uma vez que o seu significado foi realizado. Mas a utilidade de jejuar não passou com o Novo Testamento; deve ser piedosamente observada, pois o jejum é sempre lucro para a alma e o corpo'. As palavras 'adorarás o Senhor teu Deus e a Ele só servirás' (Lc 4,8) foram dadas aos primeiros cristãos. São Leão não quer dizer que os cristãos devem jejuar da mesma maneira que os judeus estavam acostumados, mas que o preceito dado aos judeus deve ser observado também pelos cristãos, seguindo a determinação dos Pastores da Igreja quanto ao tempo e maneira.

Os frutos e as vantagens do jejum são facilmente provados. Primeiro: é útil porque ajuda a preparar a alma para a oração e contemplação das coisas divinas, como disse o Anjo Rafael: 'boa coisa é a oração acompanhada de jejum.' Moisés, por quarenta dias, preparou sua alma jejuando, antes de falar com Deus; Elias jejuou por quarenta dias, com o objetivo de estar pronto, tanto quanto permite as limitações humanas, para conversar com Deus; e Daniel, por um jejum de três semanas, preparou-se para receber as revelações de Deus. Por isso a Igreja designou 'jejuns' na vigília das grandes festas, para que os cristãos estivessem mais aptos para celebrar as solenidades divinas. Os Santos Padres também falam, em toda parte, da utilidade do jejum. (Ver Santo Atanásio, Lib. de Virginitate; São Basílio, de Jejunio; Santo Ambrósio, de Elia et Jejunio; São Bernardo, no sermone de Vigilia Santi Andræ; etc.) Não posso deixar de citar as palavras de São Crisóstomo (Hom. in Gn): 'o jejum é o sustento da nossa alma: dá-nos asas para subir ao alto e desfrutar da mais alta contemplação.'

Outra vantagem do jejum é que ele doma a carne; e tal jejum deve ser particularmente agradável a Deus, porque Ele se agrada quando crucificamos a carne com os seus vícios e concupiscências, como nos ensina São Paulo em sua Epístola aos Gálatas; e por essa razão ele mesmo diz: 'mas castigo o meu corpo e reduzo-o à escravidão, para que não suceda que, tendo pregado aos outros, eu mesmo venha a ser eliminado.' (1Cor 9,27) 

De maneira semelhante falam Teófilo, São Ambrósio, São Cipriano, São Basílio, São Jerônimo e Santo Agostinho. E no Ofício da Prima, a Igreja canta: 'carnis terat superbiam potus cibique parcitas.' (A moderação na comida e na bebida doma o orgulho da carne.) 

Outra vantagem é que honramos a Deus em nossos jejuns, porque quando jejuamos em Sua intenção, nós O honramos. Assim fala o Apóstolo Paulo em sua Epístola aos Romanos: 'rogo-vos, pois, irmãos, pela misericórdia de Deus, que ofereçais os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: tal é o culto que a razão exige de vós.' (Rm 12,1) No grego, 'serviço razoável' [significa] 'culto razoável': e desse culto fala São Lucas, ao mencionar a Profetisa Ana: 'e tinha permanecido viúva até os oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações'. (Lc 2,37) O grande Concílio de Niceia, no Canon V, chama o Jejum da Quaresma de 'um presente solene, oferecido pela Igreja, a Deus'. Isso Tertuliano expressa com duas palavras, em seu livro sobre a 'Ressurreição da Carne', onde chama a comida dos que jejuam de 'carnes tardias e secas'. Ora, certamente não observam isso aqueles que, nos dias de jejum, comem tanto em uma refeição quanto nos outros dias [o fazem] no jantar e na ceia juntos; e que, naquela refeição, preparam tantos pratos de diversos peixes e outras coisas para agradar ao paladar que parece ser um jantar destinado não a [penitentes] e jejuadores, mas a um banquete nupcial que durará quase toda a noite! Aqueles que jejuam assim certamente não obtêm o menor fruto do seu jejum.

Uma quarta vantagem que o jejum tem é ser realizado como penitência por um pecado. Muitos exemplos nas Sagradas Escrituras provam isso. Os ninivitas apaziguaram a Deus jejuando, como Jonas testifica. Os judeus fizeram o mesmo, pois jejuando com Samuel eles apaziguaram a Deus e obtiveram a vitória sobre seus inimigos. O ímpio Rei Acab, jejuando e vestindo roupa de sacos, satisfez parcialmente a Deus. Nos tempos de Judite e Ester, os judeus obtiveram misericórdia de Deus por nenhum outro sacrifício além de jejuns, choros e lutos.

Esta é também a doutrina constante dos Santos Padres. Tertuliano diz: 'à medida que nos abstemos do uso de alimentos, nosso jejum satisfaz a Deus.' (De Jejunio) São Cipriano: 'apaziguemos a ira de um Deus ofendido jejuando e chorando, como Ele nos adverte.' (De Lapsis) São Basílio: 'a penitência, sem jejum, é inútil e vã.' (De Jejunio) São Crisóstomo: 'Deus, como um pai indulgente, nos oferece a cura pelo jejum.' Santo Ambrósio também diz: 'o jejum é a morte do pecado, a destruição dos nossos crimes e o remédio da nossa salvação.' São Jerônimo, no seu Comentário ao terceiro capítulo de Jonas, observa: 'o jejum e o saco são as armas da penitência; o auxílio dos pecadores.' Santo Agostinho também diz: 'ninguém jejua pelo louvor humano, mas pelo perdão dos seus pecados'. Assim também São Bernardo, em seu 66º Sermão dos Cânticos: 'jejuo muitas vezes, e meu jejum é uma satisfação pelo pecado, não uma superstição pela impiedade'.

Por último, o jejum é meritório e muito poderoso na obtenção de favores divinos. Ana, esposa de Elcana, embora fosse estéril, [mereceu] pelo jejum ter um filho. Assim São Jerônimo, em seu segundo livro contra Joviniano, interpreta estas palavras da Escritura: 'ela chorou e não comeu, e, assim, Ana, por sua abstinência, mereceu dar à luz um filho'. Sara, por um jejum de três dias, foi libertada de um demônio, como lemos no Livro de Tobias. Mas há uma passagem notável, no Evangelho de São Mateus, sobre o jejum: 'quando jejuais, não vos mostreis tristes como os hipócritas, que desfiguram os seus rostos para mostrar aos Homens que jejuam. Na verdade, vos digo que já receberam a sua recompensa'. (Mt 6,16)

[A expressão] 'te recompensarei' significa 'te darei uma recompensa', pois ela se opõe a essas outras: 'quando jejuais, não vos mostreis tristes como os hipócritas, que desfiguram os seus rostos para mostrar aos Homens que jejuam. Na verdade, vos digo que já receberam a sua recompensa'. (Mt 6,16) Portanto, os hipócritas, pelo seu jejum, recebem a sua recompensa, isto é, o louvor humano: os justos, pelo jejum, recebem também a sua recompensa, o louvor divino. Muitos são os testemunhos dos Santos Padres sobre este ponto. Quando São João estava prestes a escrever seu Evangelho, ele passou por um jejum solene, para que merecesse receber a graça de escrever bem, como nos diz São Jerônimo em seu prefácio ao seu comentário sobre São Mateus; e o Venerável Beda também é da mesma opinião. Tertuliano diz: 'o jejum obtém de Deus o conhecimento até mesmo de Seus Mistérios'. Santo Ambrósio, Santo Atanásio, São Gregório Nazianzeno, São Crisóstomo, São Jerônimo e Santo Agostinho também podem ser citados sobre o assunto..." (São Roberto Belarmino [1542 d.C. - 1621 d.C.]. Livro "A arte de bem morrer". Cap. VIII.)



Isto, Tertuliano expressa com duas palavras, em seu livro sobre a “Ressurreição da Carne”, onde chama a comida dos que jejuam de “carnes tardias e secas”. Ora, certamente não observam isso aqueles que, nos dias de jejum, comem tanto em uma refeição, quanto nos outros dias, no jantar e na ceia juntos: e que, naquela refeição, preparam tantos pratos de diversos peixes e outras coisas para agradar ao paladar, que parece ser um jantar destinado, não a chorões e jejuadores, mas a um banquete nupcial que durará quase toda a noite! Aqueles que jejuam assim certamente não obtêm o menor fruto do seu jejum.


Tampouco obtêm frutos aqueles que, embora comam com mais moderação, nos dias de jejum não se abstêm de jogos, festas, brigas, dissensões, canções lascivas e risos imoderados; e o que é ainda pior, cometem os mesmos crimes que cometeriam em dias normais. Ouça o que o profeta Isaías diz sobre esse tipo de pessoa: “Eis que no dia do teu jejum a tua vontade será encontrada, e cobrarás de todos os teus devedores. não jejue como você fez até hoje, para que seu clamor seja ouvido nas alturas. (cap. lviii.) Assim o Todo-Poderoso culpa os judeus, porque nos dias de jejum, que eram dias de penitência, eles desejavam fazer a sua própria vontade e não a vontade de Deus; porque eles não apenas não estavam dispostos a perdoar seus devedores (pois oravam para serem perdoados por Deus), mas nem sequer lhes davam tempo para receber seu dinheiro. Eles também gastaram o tempo que deveria ser dedicado à oração, em brigas profanas e até em contendas. Em suma, na medida em que estavam longe de atender às coisas espirituais, como deveriam ter feito nos dias de jejum, acrescentaram pecado a pecado e atacaram impiedosamente os seus vizinhos. Esses e outros pecados devem evitar aquelas pessoas piedosas, que desejam que seu jejum seja agradável a Deus e útil para si mesmas: elas podem então esperar viver bem e morrer uma morte santa."



 

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Que vos abençoe abundantemente o misericordiosíssimo Deus Trino, bem como aos seus, com plena Fé e saúde à alma e ao corpo!









Vivat Sanctissima Trinitas! 

Vivat Sanctissima Virgo Maria! 

Vivat Sanctissima Traditio!


Per ipsum, et cum ipso, et in ipso, 

per omnia saecula saeculorum! 

Amen!


Rafael Pessoa Sabino

25/04/2022 d.C.