BEATA 

IMELDA LAMBERTINI:

MILAGRE EUCARÍSTICO

 






 

 

“— E esta luz que sobrepuja a luz do sol? É luz sobrenatural? É a luz do Paraíso?

— É luz natural, embora avivada e aperfeiçoada pela onipotência divina.

— E não se poderia ver um pouco de luz sobrenatural?

— Ninguém pode vê-la enquanto não chegar a ver a Deus sicut est [como Ele é]. O menor raio dessa luz tira, no mesmo instante, a vida de um Homem, porque não é suportável pelas forças humanas.”

 

(Resposta do Padre Domingos Sávio a São João Bosco, em um dos sonhos que esse último teve, a respeito do pós-morte dos eleitos. Especificamente nesse, Dom Bosco viu algo similar ao Paraíso (como que uma antessala), já que nenhum mortal pode vê-lo realmente sem que isso não o fulmine de imediato. Nessa visão o Santo avistou pessoas com aparências maviosas, em vestes extremamente reluzentes, como tudo no local. Daí perguntar ao seu interlocutor se toda aquela resplandecência era luz celeste. Seu amigo lhe responde que não, uma vez que um só raio da Vida Eterna exterminaria instantaneamente seu visionário. Por isso o que era avistado ali não se tratava do Céu, propriamente, nem de Suas luzes, senão de um esboço. Interessante ponderar acerca desse tremendo poder de Deus e do Reino Celeste. Seria esse, quiçá, o motivo pelo qual a Beata Imelda Lambertini morrera, após sua experiência mística com Nosso Senhor Jesus Cristo Sacramentado? Talvez seu amor por Deus tenha sido tão grande que lha tenha predicado a graça de adentrar ao Paraíso, a fim de contemplar face-à-face Aquele que ela comungara na Sacrossanta Eucaristia, a fim de unir-se para sempre a Ele — e, para isso, é necessário morrer para o mundo e, a partir daí, viver para o Céu —. "Moisés disse: 'mostrai-me a Tua glória.' (O Senhor) respondeu: 'Eu te mostrarei toda a Minha bondade e pronunciarei o Meu nome, Iavé, diante de ti, (porque) Me compadeço de quem Eu quiser, e sou clemente com quem Me aprouver.' E acrescentou: 'não poderás, porém, ver a Minha face, porque o Homem não pode ver-Me e viver." [Ex 33,18-20] "Nós, agora, vemos (a Deus) como por um espelho, obscuramente, mas, então, (O veremos) face-à-face. Agora, conheço-O em parte, mas, então, hei de conhecê-Lo como sou conhecido." [1Cor 13,12])

 





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Beata Imelda Lambertini (1322 d.C. - 1333 d.C. — Bolonha-ITA)

Padroeira da Primeira Comunhão

 

 

Nasceu em Bolonha, interior da Itália, no ano de 1322 d.C.


Desde muito nova, sempre cultivou um imenso amor pela oração, pois crescera em um ambiente católico, onde seus pais lhe proporcionavam uma educação católica de grande valor e sólidos alicerces.


Era notório seu amor pela oração e tudo que se relacionasse a Deus, o que chamara especialmente a atenção de seus dedicados pais.


Conta-se que, em casa, ela sempre se escondia em locais mais reservados, a fim de rezar em silêncio, escondida do mundo e à vista de Deus. 

 

Destarte, seu amor pela oração lhe engendrou na alma um portento e enorme desejo de tornar-se freira dominicana — aos 9 anos de idade!


Evidentemente, não fora aceita devido à pouca idade. Todavia, a santa obstinação da jovem Beata lhe rendeu uma notável graça: uma ponderação entre seus pais e a Madre Superiora da ordem dominicana de sua cidade.


Perguntaram, então, à Imelda o que a atraía naquele convento da Ordem de São Domingos, ao que essa respondeu: "Nosso Senhor".


Nota-se que, apesar da pouquíssima idade, sua Fé e constantes exercícios oracionais desenvolveram em sua alma um extraordinário discernimento pelas questões do Altíssimo.


A Madre Superiora do convento solicitou aos pais de Imelda a devida permissão para que ela pudesse residir no convento.


A jovem Beata era expressamente proibida de realizar tarefas mais densas, o que desagradava a iluminada criança, que externava seu desejo de seguir em tudo o quotidiano das outras irmãs.


A Madre pedia-lhe que não se levantasse tão cedo quanto as outras, para os exercícios oracionais. Ocorre que um dos maiores prazeres de Imelda era rezar. Então, despertava no mesmo horário das demais freiras e orava em silêncio pelos corredores do convento.


Apesar de todo seu amor pela ordem de São Domingos e por Nosso Senhor Eucarístico, a jovem iluminada contava, à época, com apenas 9 anos de idade e as normas da Santa Igreja permitiam acesso ao Santíssimo Sacramento somente após os 12.


Imelda passava horas e mais horas em adoração diante do Santíssimo Sacramento.


Havia conjunturas nas quais, de tanto rezar diante do Sacrário, sua singela face se transfigurava de alegria.


O grande pedido de Imelda era que pudesse receber Nosso Senhor na Sagrada Comunhão, apesar de sua pouca idade.


Em 1333 d.C., contava já com 11 anos. Como era seu costume, depois da Santa Missa e após todas as freiras saírem da capela, Imelda ficava um pouco mais de tempo, perante o Deus Eucarístico, em profunda oração, fazendo companhia a Nosso Senhor Jesus Cristo. Contudo, certo dia algo extraordinário ocorreu.


Decorrera-se muito tempo de sua contemplação, após a Santa Missa, até que uma das freiras do convento voltou à capela e a encontrou em posição de oração, com a Sacratíssima Eucaristia pairando diante de si, a emitir uma luz que ia direto à agraciada criança.


A irmã logo chamou as demais e o Sacerdote que celebrara há pouco, a fim de que pudessem testemunhar o grande milagre que Deus ali fazia, à vista de todos.


O Padre, certamente por inspiração divina, entendeu que era aquele o momento da jovem fazer a sua tão desejada Primeira Comunhão.


Aproximara-se ele com uma patena de ouro, fazendo com que Cristo Eucarístico repousasse sobre ela. Em seguida, entregou o Santíssimo Sacramento à Imelda Lambertini.


Após ter recebido — pela primeira vez — Nosso Senhor Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia, o rosto da jovem Beata transfigurou-se em uma alegria que irradiava a todos os presentes que assistiram àquele memorável e divino feito.


Tendo-se repousado para oração, lá permanecera por muito tempo, como já era de costume em suas constantes adorações ao Santíssimo Sacramento. Mas passara-se bastante tempo e Imelda continuava lá, recolhida, sob a atenta observação das perplexas testemunhas. 

 

Uma das freiras aproximou-se para tocar Imelda e eis que esta cai ao chão, imóvel. Morreu, literalmente, de alegria, após contato direto com Deus Eucarístico.


Então, com aquele extraordinário acontecimento, aquela irmã lembrara-se do que costumava dizer Imelda, quando à presença das irmãs: ‘como é que as pessoas não morrem de alegria quando recebem Nosso Senhor na Eucaristia?’


Exatamente assim findou-se a curta, porém santa história terrestre da jovem Imelda Lambertini, que, apesar da pouca idade, morrera em estado de graça, em consequência de uma vida dedicada à oração e à adoração ao Santíssimo Sacramento.


Pouco viveu, muito ensinou! 


Não deixara qualquer escrito, mas quais palavras ensinariam mais que seu exemplo?


Imelda Lambertini foi proclamada Beata em 1826 d.C., sob o pontificado do Papa Leão XII.


Conta-se que também o Papa São Pio X, quando criança, nutria grande desejo pela Sagrada Comunhão, mas, por sua pouca idade, não pôde acessar o Santíssimo Sacramento. Então, na graça de Sumo Pontífice, proclamara Imelda Lambertini Patrona das Primeiras Comunhões e permitiu que as crianças com menos de 12 anos pudessem comungar, sendo estritamente necessária a observância das exigências da Santa Doutrina para tal.


O corpo da Beata Imelda Lambertini continua intacto após mais de 675 anos decorridos de sua santa morte.


Encontra-se ele exposto em sua cidade natal, Bolonha, interior da Itália.

Sua memória litúrgica é celebrada no dia 12 de maio​, data de seu falecimento.


Imelda é a patrona das crianças que se preparam para receber a Sacratíssima Eucaristia na Primeira Comunhão.





Beata Imelda Lambertini, rogai por nós!

 





Gratias et laudes omni tempore tribuantur ad sanctissimum et divinissimum Sacramentum! 

Gratias et laudes omni tempore tribuantur ad sanctissimum et divinissimum Sacramentum!

Gratias et laudes omni tempore tribuantur ad sanctissimum et divinissimum Sacramentum!

 










Vivat Sanctissima Trinitas! 

Vivat Sanctissima Virgo Maria! 

Vivat Sanctissima Traditio!


Per ipsum, et cum ipso, et in ipso, 

per omnia saecula saeculorum! 

Amen!


Rafael Pessoa Sabino

14/01/2022 d.C

 





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